O ex-líder social-democrata Rui Rio defendeu esta quinta-feira que os partidos políticos, em campanha para as eleições Legislativas de 10 de março deviam discutir a justiça no país, considerando que "nenhum partido quer discutir este tema, que é o mais relevante para a democracia".
Na sequência da "forma como a justiça se tem comportado, com a completa falta de escrutínio da forma como o Ministério Público atua", Rio considerou que "naturalmente os abusos vão continuar".
"Aquilo que é absolutamente essencial é que, numa democracia, não pode haver nenhuma instituição sem escrutínio democrático. Aquilo que existe é um escrutínio corporativo em que eles são juízes em causa própria", atirou o social-democrata em declarações à RTP.
Num momento em que o país se encontra em campanha eleitoral, depois de o "Governo ter caído por força da ação do MP" - assim como o governo madeirense - Rui Rio salientou que "nenhum partido quer discutir este tema, que é o tema mais relevante neste momento para a democracia".
"No mínimo, há falta de coragem e se calhar há falta de clarividência, se calhar a maior parte dos agentes nem percebem o que são e o que está a acontecer", referiu ainda o ex-líder do PSD, fazendo acusações diretas à Procuradora-Geral da República, Lucília Gago.
"A senhora Procuradora-Geral da República não dá explicações a ninguém, sobre tema nenhum, cai o primeiro-ministro, não diz nada, cai o Governo Regional da Madeira, não diz nada, não explica nada e nada acontece", disparou ainda, acautelando, por sua vez, não saber "em que medida é que ela, dentro da própria hierarquia do MP, consegue ter o controlo que devia ter".
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