José Sócrates e Pedro Passos Coelho, que antecederam a António Costa na chefia do Governo português, entraram na discussão na segunda parte do único frente-a-frente televisivo desta pré-campanha eleitoral entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, no Teatro do Capitólio, em Lisboa, que foi transmitido em simultâneo pela RTP, SIC e TVI.
A propósito do tema do ensino profissional em Portugal e do facto de cerca de 25% dos alunos não estarem a frequentar escolas públicas, o líder socialista criticou a atuação do Governo PSD/CDS-PP entre 2011 e 2015 no setor da educação e comentou: "Não há de ser por acaso que não traz Pedro Passos Coelho à campanha, nem o convidou para a convenção da AD (Aliança Democrática)".
Luís Montenegro reagiu, dizendo que, na realidade, é importante ter ao lado de cada um dos candidatos os ex-líderes.
"E eu terei na campanha eleitoral" Pedro Passos Coelho, disse, com Pedro Nuno Santos a confirmar que também terá antigos líderes socialistas, numa alusão a António Costa e, eventualmente, a Ferro Rodrigues.
Mas o presidente do PSD entendeu esta resposta de forma distinta e assinalou: "Portanto, o engenheiro [José] Sócrates virá naturalmente da Ericeira também reforçar", disse, perante o protesto do atual líder socialista, que referiu que José Sócrates, acusado no âmbito do processo judicial "Operação Marquês", já não é militante do PS.
"Tem vergonha? Tem vergonha?", questionou o presidente dos sociais-democratas.
Pedro Nuno Santos ripostou: "Não tenho vergonha da história do PS. Quem não convidou Pedro Passos Coelho para a convenção da AD foi o Luís Montenegro, isso foi público", contra-atacou.
Nesta fase tensa do debate, Luís Montenegro insistiu no caso do antigo primeiro-ministro entre 2055 e 2011: "E convidou o engenheiro Sócrates para o seu Congresso?
"Todos os líderes do PS são convidados. O engenheiro José Sócrates já não é militante do PS", respondeu Pedro Nuno Santos, antes de Luís Montenegro rematar esta questão: "Não sabia que Pedro Nuno Santos estava com saudades de Pedro Passos Coelho, mas acho bem, acho bem, porque ele representa uma forma governativa muito diferente daquele que é protagonizada pelo doutor Pedro Nuno Santos".
Leia Também: AO MINUTO: "O dia 10 de março é dos mais importantes dos próximos anos"