"Todas as pessoas que estavam à espera de um debate que pudesse ser claro , sobre propostas e soluções, terão ficado desiludidas", atirou esta terça-feira a líder do Bloco de Esquerda sobre o debate de segunda-feira entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro.
"Há 3 coisas que sabemos e que só se adensam depois destes debates: Nenhum partido sozinho terá maioria, a única hipótese de uma maioria estável é uma maioria à esquerda e em terceiro lugar, é que é o vota no Bloco de Esquerda que permite ter essa maioria", acrescentou, lembrando a crise deixada pela maioria absoluta.
O debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro decorreu na segunda-feira, no Capitólio, em Lisboa, sob o som do tumulto de centenas de polícias que protestavam no exterior. Esta terça-feira, os partidos reagem ao confronto.
Em reação à manifestação dos agentes da autoridade na noite de segunda-feira, em frente ao Capitólio, onde decorria o debate entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro, Mariana Mortágua reiterou que os polícias têm razão nas suas reivindicações salariais e sobre o subsídio de risco.
"É preciso dar resposta a estas reivindicações e o Governo criou um problema ao ter atribuído de forma desigual o subsídio de risco. Os protestos das forças de segurança são legítimos. É importante que não percam razão desse protesto e das suas reivindicações em ações que podem ser lidas como formas de condicionamento ao funcionamento da democracia, quer dos atos eleitorais, quer dos debates", defendeu a coordenadora do BE.
A líder do BE disse ainda que havia uma manifestação marcada e é legítima, acrescentado que quando é transferida para o local onde decorre um debate eleitoral entre dois candidatos "há uma alteração da natureza dessa manifestação que pode ser lida como uma tentativa de condicionamento do debate democrático".
[Notícia atualizada às 13h29]
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