Muito se falou sobre pensões na terça-feira, dia em que o presidente do Partido Social Democrata (PSD) e líder da Aliança Democrática (AD), Luís Montenegro, prometeu que "se tiver de cortar um cêntimo numa reforma", demitir-se-ia. "É uma promessa de honra minha, podem estar mesmo despreocupadas. E, por mais que os nossos adversários vos tentem dizer isso para vos assustar, não acreditem. É palavra de honra, mesmo", garantiu.
As declarações foram feitas durante uma ação de rua da AD em Portalegre, quando Montenegro falava com quatro ex-operárias têxteis reformadas, sentadas à mesa de um café.
Perante as más memórias trazidas pela presença do antigo líder social-democrata Pedro Passos Coelho na campanha, de que uma das operárias disse não gostar, Montenegro defendeu que o ex-primeiro-ministro "foi obrigado" a tomar decisões como o congelamento das pensões, porque aquele Governo "apanhou a bancarrota".
O líder social-democrata não convenceu, por um lado, a coordenadora do Bloco de Esquerda. "Já ouvi as mesmas promessas feitas por outro líder do PSD, que cortou nas pensões", afirmou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas desde Almada, quando questionada sobre a promessa de Luís Montenegro.
Já o secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, preferiu pedir um 'fact-check' aos últimos oito anos de governação do PS, garantindo que os "resultados são factuais". "É isto que nós queremos continuar a fazer. [...] Respeitar os mais velhos, os reformados. É isso que nós faremos, continuando a fazer aumentos nas pensões, cumprindo a lei de atualização das pensões, aumentado as pensões mais baixas", prometeu, num discurso na Madeira.
"Governámos os últimos oito anos e temos orgulho na governação. Temos resultados para apresentar. Resultados que são factuais. Quero que sejam testados pelos 'fact-check'", pediu Pedro Nuno Santos, afirmando que um desses resultados positivos foi que as pensões estão "mais altas".
Às declarações sobre pensões feitas por Luís Montenegro respondeu, também, o presidente do Chega. "Eu garanto-vos que o choque de dignidade não será um choque salarial nem fiscal, será o choque do maior aumento de pensões que Portugal alguma vez teve. Têm a minha promessa, têm o meu sangue e têm o meu compromisso político", afirmou André Ventura.
Desde Braga, o líder do Chega assegurou que não vai "ser como o PS e o PSD", acusando-os de estar a "discutir quem é que não vai cortar pensões". "Eu quero-vos deixar a garantia política, com todo o meu empenho nisso, não haverá maior missão para mim do que esta, do que permitir que os nossos pais, os nossos avós, vivam num país com dignidade", afirmou.
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