Brilhante Dias acusa a AD de começar a fazer discurso da extrema-direita

O cabeça de lista do PS por Leiria, Eurico Brilhante Dias, acusou hoje a Aliança Democrática (AD) de começar a fazer o discurso da extrema-direita, explorando a questão da imigração, e de ameaçar um "retrocesso social" no aborto.

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Lusa
28/02/2024 15:24 ‧ 28/02/2024 por Lusa

Política

PS

Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar do PS, falava num almoço comício, antes da intervenção final do secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos.

Numa alusão ao discurso proferido na segunda-feira pelo ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, num comício da AD, em Faro, considerou impensável que "um partido democrático fizesse a relação entre gente que trabalha - e que todos os dias constrói este país - e insegurança".

"A senhora Le Pen fazia isso em França. Quem faz isso é o Vox em Espanha, a AfD na Alemanha e o senhor Salvini na Itália. Isso é mesmo o diabo na nossa democracia", declarou Eurico Brilhante Dias, numa crítica a Pedro Passos Coelho.

Depois, o líder da bancada socialista estendeu essas críticas ao presidente do PSD, Luís Montenegro.

"Os `não é não, não respondo´, de Montenegro, está a transformar-se progressivamente num discurso que pega nas bandeiras da extrema-direita -- a extrema-direita antissistema democrático com discurso xenófobo e racista. É muito relevante que o laço entre a imigração e a segurança fosse estabelecido num comício da AD", apontou.

Eurico Brilhante Dias insurgiu-se também contra as declarações proferidas pelo vice-presidente do CDS-PP, Paulo Núncio, candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa nas listas da AD, que defendeu a realização de um novo referendo à interrupção voluntária da gravidez (IVG), durante um debate promovido pela Federação Portuguesa pela Vida.

 "Os dirigentes da AD fazem discursos de verdadeiro retrocesso social. Como é possível que em 2024 um dirigente de um partido democrático diga que tem de ser feito um referendo à IVG? Como é possível o regresso aos tribunais e às prisões? A direita democrática, entalada, começa a fazer o discurso da extrema-direita", sustentou.

Neste contexto, procurou dramatizar o voto no PS nas próximas eleições legislativas.

"Só o PS pode impedir que estas forças tenham poder em Portugal. É preciso mobilizar os democratas. O país precisa que o PS ganhe estas eleições", advogou.

No primeiro discurso do almoço-comício, com algumas dezenas de simpatizantes e militantes do PS, o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, tal como faria depois Pedro Nuno Santos, assinalou a presença do ex-secretário de Estado Lacerda Sales, que foi cabeça de lista por este círculo eleitoral nas legislativas de 2022.

Depois, destacou Pedro Nuno Santos como uma pessoa com "capacidade trabalho, visão ambiciosa, consciência social, moderação, energia, ação, determinação".

"Não podemos voltar ao tempo dos garrotes e da asfixia financeira. Esta direita com pele de cordeiro é a mesma do tempo da troika. Os portugueses têm de optar entre a estabilidade e a responsabilidade do PS ou o aventureirismo", declarou o autarca.

Contou também uma conversa que teve com Pedro Nuno Santos, quando este era ministro das Infraestruturas e da Habitação, sobre o trajeto do futuro comboio de alta velocidade.

"O Pedro Nuno disse-me: Vais ter uma estação em Leiria e vais ficar a 30 minutos de Lisboa", relatou.

A seguir, o presidente da Federação do PS de Leiria e autarca da Nazaré, Walter Chicharro, responsabilizou o executivo de Pedro Passos Coelho pela falta de médicos em Portugal.

"Se o PSD voltar, significa privatizar a saúde e enfraquecer o Estado social", sustentou, antes de referir que estão em curso obras na linha ferroviária do Oeste por responsabilidade direta do ex-ministro de António Costa.

"Há fazedores de opinião nas televisões a tentarem destruir a imagem de Pedro Nuno Santos, mas não vamos deixar", acrescentou.

Antes do almoço comício, Pedro Nuno Santos fez uma arruada pelo centro de Leiria, tendo sempre ao seu lado Eurico Brilhante Dias e o presidente da câmara.

Entrou em dezenas de lojas (sapatarias, perfumarias, venda de ouro ou mobiliário) e foi globalmente bem recebido, sem manifestações de hostilidade por parte dos comerciantes ou de clientes dessas lojas.

No final do percurso, quase sempre feito debaixo de um sol intenso, teve um breve diálogo com uma vendedora idosa de castanhas. Um jornalista perguntou à senhora em que partido ia votar no dia 10 de março, ela recusou responder, mas dirigiu-se ao secretário-geral do PS.

 "Digo-lhe o mesmo que disse [ao primeiro-ministro] António Costa há dois anos: É preciso coragem e desejo-lhe boa sorte", declarou a vendedora de castanhas, recebendo depois um abraço de Pedro Nuno Santos.

[Notícia atualizada às 16h03]

Leia Também: Brilhante Dias cabeça de lista do PS em Leiria e Ana Abrunhosa em Coimbra

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