Montenegro acusa Governo de enviar cartas para induzir voto no PS

O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou hoje o Governo de transpor as funções de gestão e interferir no processo eleitoral através do envio de cartas e informações para induzir o voto no PS.

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© Gerardo Santos / Global Imagens

Lusa
02/03/2024 18:20 ‧ 02/03/2024 por Lusa

Política

Eleições

"Eu tenho feito um esforço para falar o menos possível disso, mas eu quero aqui dizer: o que aconteceu na Administração Pública ao nível de topo e, portanto, da tutela a começar pelo gabinete do primeiro-ministro e pelos gabinetes dos ministros todos nas últimas semanas foi uma vergonha", declarou Luís Montenegro, num comício da Aliança Democrática (AD) em Braga.

Segundo o presidente do PSD, "eles andaram a fazer de conta que não estavam em gestão, eles andaram a mandar cartas, a mandar informação, a mandar uma série orientações às pessoas para ver se, em desespero, ainda votavam no PS".

"É verdade. E esta confusão entre o Estado e o PS tem tido uma consequência: sempre que o PS vai para o Governo o Estado fica todo partido e o partido fica todo no Estado", acrescentou.

Neste comício em Braga, que começou logo a seguir a um almoço comício da coligação PSD/CDS-PP/PPM na Trofa, no distrito do Porto, Luís Montenegro aproveitou para fazer um apelo ao voto dos eleitores que contribuíram para a maioria absoluta do PS em 2022 e estão desiludidos.

"Tenho muito respeito pelas pessoas que votam no PS. Tenho, aliás, muito respeito por aquelas que votaram há dois anos e que hoje estão frustradas, dececionadas e desiludidas. Tenho respeito e tenho a ambição que elas encontrem agora um porto seguro aqui, nesta candidatura. Nós estamos aqui também para receber esse apoio", afirmou.

No início da sua intervenção, o presidente do PSD deixou uma mensagem às mulheres portuguesas: "O nosso projeto é um projeto que quer também continuar a caminhada de afirmação de uma verdadeira igualdade de oportunidades entre mulheres e homens na nossa sociedade".

Depois, como já tinha feito na Trofa, dirigiu-se aos que criticam a presença de figuras do passado do PSD nesta campanha da AD, aconselhando que "não se cansem", porque "há muitos mais para virem".

"Nós estamos todos juntos. Nós expressamos a qualidade de cada um de nós para sermos mais fortes coletivamente. É esta a filosofia desta candidatura e é com esse espírito que eu quero governar Portugal", disse.

Luís Montenegro dedicou parte do seu discurso a falar da sua política fiscal, declarando que propõe baixar impostos "não é para agradar às pessoas", mas para lhes dar "um incentivo para trabalharem, para trabalharem mais".

"Aquilo que nós queremos com a política fiscal é dizer aos cidadãos: vale a pena trabalhar e vale a pena trabalhar bem. E quem trabalhar mais e bem tem o resultado e o produto daquilo que é o seu desempenho", reforçou.

O presidente do PSD sustentou que "uma sociedade onde o Estado retira grande parte do rendimento do trabalho das pessoas é uma sociedade que inevitavelmente vai ficar pobre", porque "não estimula o trabalho e causa injustiça e sentimento de injustiça", fazendo com que "os mais novos vão à procura dessa retribuição e dessa oportunidade para outros países".

Quanto à sua proposta de redução do IRC, contestou a ideia de que "é a pensar nos patrões", contrapondo que "é a pensar nas pessoas".

Luís Montenegro explicou que o programa da AD assenta no pressuposto de que a diminuição dos impostos irá criar riqueza e em resultado haverá empresas mais produtivas, a criar mais empregos e pagar melhores salários, para concluir: "É por isso que é preciso mudar, é preciso mudar mesmo, virar a página deste empobrecimento, virar a página desta frustração, virar a página desta desesperança".

[Notícia atualizada às 20h27]

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