"A única notícia relevante e novidade que vi ontem [segunda-feira] sobre o Chega e o partido de André Ventura é a noticia que dá conta que não divulgou ainda a lista de financiadores e que não deu à Entidade das Contas todas as informações que tinha que dar e, portanto, o partido continua em situação irregular ao não dar as informações sobre os financiadores", respondeu a líder do BE aos jornalistas, à margem de uma visita à Associação Solidariedade Imigrante, em Lisboa.
Referindo que essa foi uma notícia que "abriu um dos jornais da noite de ontem e que é a novidade", Mariana Mortágua escusou-se a responder diretamente às declarações de André Ventura à RTP quando disse que os partidos de direita têm de dizer se estão disponíveis para "criar um entendimento", caso alcancem maioria nas eleições legislativas de domingo com vista a formar um governo estável.
"Como disse, a única novidade que vi nos últimos dias relativamente a André Ventura foi a notícia de que ainda não entregou a lista de financiadores e que falhou nas suas obrigações de transparência à Entidade das Contas", respondeu, perante a insistência dos jornalistas.
Desvalorizando estas declarações e o facto de Ventura ter indicado que há dirigentes do PSD que "se têm feito ouvir" publicamente e lançando os nomes de Pedro Passos Coelho, Miguel Relvas, Ângelo Correia e Rui Gomes da Silva, a líder do BE insistiu na mesma ideia.
"Os únicos nomes que André Ventura não diz são os nomes dos financiadores do seu partido, que a Entidade das Contas não conhece porque o partido André Ventura não cumpriu a lei e não comunicou os financiadores que devia ter comunicado", reiterou.
Depois desta entrevista emitida pela RTP, já em Portalegre, aos jornalistas, o presidente do Chega foi questionado se estes sociais-democratas lhe transmitiram esta posição diretamente e respondeu que não.
"O que eu disse hoje numa entrevista à RTP foi que alguma destas pessoas, inclusivamente já várias figuras importantes do PSD, disseram que Luís Montenegro tinha de encontrar uma solução", afirmou.
Instando a indicar quem lhe transmitiu essa informação, o líder do Chega escusou-se a fazê-lo: "Se não disse na altura, não vou dizer agora".
"É a evidência de que o PSD não deixará, quando eu chamei as forças vivas, e alguns até já o disseram publicamente, não deixará que o PS governe por causa de um capricho de Luís Montenegro", argumentou.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar no domingo para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
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