Legislativas "ainda não estão decididas". Portas apela ao voto útil na AD

O ex-presidente do CDS-PP Paulo Portas avisou hoje que as eleições "ainda não estão decididas" e apelou aos indecisos que querem mudar de governo que concentrem o voto na Aliança Democrática.

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Lusa
05/03/2024 23:01 ‧ 05/03/2024 por Lusa

Política

Legislativas

Num jantar-comício da AD nas Caldas da Rainha, perante cerca de 2.500 pessoas, Paulo Portas pediu a ajuda "de quem ainda não decidiu" e deixou fortes ataques quer ao PS, quer ao Chega, sem nunca nomear o partido liderado por André Ventura.

"Estamos a poucos dias de uma eleição que é muito importante, em que os portugueses, se quiserem, dirão que estão cansados de um Estado-partido e que defendem e querem uma democracia com alternância", afirmou.

Paulo Portas disse manter a ideia, que transmitiu na convenção da AD em janeiro, de que as legislativas antecipadas de 10 de março ainda não estão decididas.

"Ainda não estão decididas, avançámos sim, mas ainda não o suficiente para ter a certeza que Pedro Nuno Santos não será primeiro-ministro", avisou.

Recorrendo a uma expressão popular, Paulo Portas defendeu que o "que tem de ser é a AD chegar em primeiro lugar e o que tem muita força é a AD ter força suficiente para ter previsibilidade e estabilidade na governação".

Esta frase levou alguns dos presentes no jantar a gritar "maioria, maioria", levando o antigo vice-primeiro-ministro a pedir calma.

"Ninguém falou aqui em maioria, nem em euforia, mas em convencer as pessoas que têm dúvidas. Cuidado: não adormeçam sábado a pensar que este ciclo triste do PS vai acabar e não queiram acordar na segunda-feira com Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro e uma geringonça a caminho porque em vez de votarem na AD, dispersaram o seu voto", alertou.

Na sua intervenção, Portas deixou fortes críticas ao atual Governo do PS, que acusou de fracasso ao nível das políticas públicas, destacando que ainda há 40 mil alunos sem professor a pelo menos uma disciplina e que há mais 500.000 portugueses sem médico de família do que em 2016.

"O problema do PS não é com a oposição, não é com a justiça, não é com a comunicação social, sabem qual é o principal problema do PS? A realidade, o PS tem contactos curtos e intermitentes com a realidade que deixa no país", acusou, dizendo que "os portugueses não almoçam ideologia nem jantam utopia".

Para o antigo vice-primeiro-ministro, o PS falhou também a tentativa de centrar a campanha no passado e no "período difícil da 'troika'", pelo qual responsabilizou os socialistas.

"Quando não podem defender o presente, quando tentam falsear o passado, isso é um belíssimo indicador de que o PS não tem mérito para ter futuro", acusou.

Paulo Portas enunciou ainda outra razão pela qual considera que a campanha dos socialistas está a falhar, "e até mostram alguma aflição".

"Era muito difícil transformar alguém que esteve nos anos do consulado socialista num produto novo, numa proposta refrescante ou numa novidade. Pedro Nuno Santos esteve lá, concordou, aceitou", disse, referindo-se à condição de ex-ministro do atual Governo do líder socialista.

Finalmente, o antigo líder do CDS-PP considerou que o maior receio que o PS tem para estas eleições é que a AD possa governar com um cenário macroeconómico de crescimento moderado e não em quadros de crise como em 2002 ou 2011.

"Do que eles têm medo é que a AD faça economicamente melhor do que eles. O cenário macroeconómico da AD é francamente melhor do que o do PS: crescemos mais, criamos mais emprego, baixamos progressivamente a carga fiscal, atraímos investimentos", declarou.

[Notícia atualizada às 23h33]

Leia Também: Ex-líder do CDS-PP Paulo Portas discursa hoje à noite na campanha da AD

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