No último comício da campanha da Aliança Democrática (AD), no Campo Pequeno (em Lisboa), Nuno Melo afirmou que, neste momento, "o PS deposita todas as esperanças na fragmentação em votos no espaço político" de centro-direita.
"Os portugueses de centro-direita, mas também muitos socialistas descontentes, devem concentrar os votos na AD, só assim nós poderemos governar sem depender de todos os outros", disse.
Nuno Melo salientou que, em especial nos círculos pequenos e médios, a "escolha legítima" em outros partidos, quando está em disputa apenas a eleição de deputados entre PS e AD, "pode ter como consequência que a AD possa eleger menos um deputado e o PS mais um".
"O apelo que faço a todos os portugueses, principalmente nos círculos pequenos e médios, é que concentram votos na AD, não permitam que se desperdicem votos, deem-nos essa oportunidade", pediu.
No fecho de campanha, repetiu também o apelo aos que estão revoltados com a situação do país que transformem "a revolta em mudança".
"Cada voto nos populismos radicais só deixará o PS mais próximo de governar", alertou.
Nuno Melo saudou o facto de a AD ter feito o seu comício de encerramento no Campo Pequeno "em liberdade e não porque ninguém" os obrigou, numa alusão à frase "fascistas para o Campo Pequeno", do tempo do Processo Revolucionário em Curso (PREC).
Aos apoiantes presentes que gritavam "vitória, vitória", Nuno Melo avisou que "essa só depois de contados os votinhos todos".
"A vitória não vem nem nas sondagens, nem por muito que nos entusiasmemos", disse.
Durante o seu discurso, o líder do CDS-PP colocou no palanque uma bandeira da AD original, de 1979, que disse ter-lhe sido oferecida por um amigo no Porto.
"Nós não esquecemos a AD primordial, não esquecemos aqueles que lutaram para que acabasse a tutelar militar, por uma transição de uma economia planificada para uma economia de mercado", disse.
"Nós não esquecemos Francisco Sá Carneiro, nos não esquecemos Adelino Amaro da Costa e Freitas do Amaral, nós não esquecemos Gonçalo Ribeiro Teles. É por eles que cá estamos e pelo que eles fizeram que aqui discursamos", acrescentou.
No final, Melo agradeceu ao presidente do PSD, Luís Montenegro, a forma como liderou a coligação, saltou no palco a pedido das juventudes partidárias presentes e até deixou um desabafo.
"E pronto, a campanha basicamente acabou, temos pena", declarou.
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