Num ofício enviado hoje ao ainda secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, Frederico Francisco, a propósito do protocolo de reativação parcial do tráfego de passageiros na Linha de Leixões, que será hoje assinado, os deputados do PCP Alfredo Maia e Bruno Dias consideram o documento "omisso relativamente ao desenvolvimento da segunda fase".
Em causa está o facto de estar prevista, numa primeira fase, a reabertura parcial da Linha de Leixões a passageiros, entre Campanhã e Leça do Balio, e que prevê a instalação de novas paragens no Hospital São João, Porto, e Arroteia, Matosinhos, até dezembro de 2024.
Para o PCP, a reposição total do serviço, até Leixões/Senhor de Matosinhos, "contribuiria de forma decisiva para a redução muito significativa do tráfego rodoviário, mormente de veículos de transporte individual, mas também de veículos pesados", contribuindo para diminuir emissões poluentes e para "um aumento muito relevante na mobilidade na região e na articulação entre os diferentes modos em operação".
Os comunistas consideram o texto omisso "tanto em termos de prazo como da necessária ligação a Matosinhos (estação Senhor de Matosinhos/Leixões), como, ainda, da indispensável reposição do mesmo serviço para Ermesinde", uma reivindicação antiga do PCP.
"Ermesinde, em Valongo, o único concelho do Grande Porto que não está servido pela rede de metro, e também por uma estação nodal no sistema ferroviário do distrito do Porto e do Norte, não pode ser excluído desta estratégia, a qual, para gerar os efeitos pretendidos, deve utilizar toda a capacidade ferroviária, nomeadamente nos eixos Leixões/Contumil/Ermesinde", refere.
Os comunistas assinalam ainda que o protocolo, assinado entre a CP - Comboios de Portugal, a Infraestruturas de Portugal (IP) e a Câmara de Matosinhos não contempla os outros municípios abrangidos pela primeira fase de reabertura da linha (Maia, Gondomar e Porto).
Quanto à Maia, o PCP antevê que o município seja "chamado a intervir, já na primeira fase, em termos urbanísticos, quanto à reativação da estação de São Gemil, na fronteira das freguesias de Pedrouços e de Águas Santas".
Já relativamente a Gondomar, "é já conhecida a reivindicação de uma estação/apeadeiro na zona de Carreiros, freguesia de Rio Tinto, proposta que o PCP acompanha e considera de grande importância".
Assim, os deputados do PCP questionam o atual Governo, através do secretário de Estado das Infraestruturas, sobre "que conhecimento tem quanto aos prazos de desenvolvimento da segunda fase da reposição do transporte de passageiros da Linha de Leixões", bem como se "considera possível a criação de uma paragem na zona de Carreiros, freguesia de Rio Tinto".
Os comunistas perguntam ainda "que intenções - e em que prazo, ou prazos - tem quanto à reposição do transporte de passageiros também para Ermesinde", bem como "quando e em que termos pretende envolver o conjunto de cinco municípios na definição da estratégia dos transportes da região com especial suporte no desenvolvimento integrado e articulado dos modos ferroviário pesado (CP) e ligeiro (Metro do Porto)".
Para já, as paragens previstas para a circular ferroviária do Porto são Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João, São Mamede de Infesta, Arroteia e Leça do Balio, ficando a faltar Guifões, Custió-Araújo e Leixões/Senhor de Matosinhos.
Segundo o Governo, para já "a frequência dos comboios ainda está em estudo, mas, para já, está assegurada a frequência de um comboio por hora em cada sentido", apesar do texto do protocolo que foi aprovado em reunião de Câmara de Matosinhos referir a possibilidade de dois.
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