O Partido Social Democrata da Madeira (PSD/Madeira) encontra-se, esta quinta-feira, em plenas eleições diretas para eleger o seu próximo líder. Na corrida estão o atual presidente da estrutura e presidente demissionário do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o seu opositor, Manuel António Correia.
"Em pleno ato eleitoral, espero que destas eleições resulte a continuidade - ou o incremento, ou a subida de novo - e se volte aos bons tempos do PSD de bons resultados e de confiança na maioria do povo no PSD", disse, por sua vez, o antigo presidente do partido Alberto João Jardim, que foi sucedido por Albuquerque em 2014.
Nesse ano, aliás, a luta interna também foi contra Manuel António Correia.
Desde o Funchal, Jardim afirmou, aos jornalistas, sobre o atual estado do partido, que "há coisas que deixaram marcas muito fortes". "Só com um bom líder capaz de unir o partido é que se pode resolver problemas desse género", vaticinou Alberto João Jardim.
O ato eleitoral acontece na sequência da crise política provocada pela demissão, em janeiro, do presidente do Governo Regional (PSD/CDS), Miguel Albuquerque, após ser constituído arguido numa investigação judicial sobre suspeitas de corrupção no arquipélago.
O processo, desencadeado no mesmo mês, ficou já marcado também pela detenção e pela renúncia do presidente da Câmara do Funchal, o social-democrata Pedro Calado, mas o juiz de instrução acabou por libertá-lo após 21 dias, considerando não haver "quaisquer indícios" de corrupção. O mesmo aconteceu com dois empresários do ramo da construção civil detidos.
De um universo superior a 12 mil militantes no PSD/Madeira, mais de 4.000 militantes estão em condições de poder escolher hoje o novo líder nas sedes concelhias e de freguesia espalhadas pela região, entre as 17h30 e as 20h30.
Nas internas de 2014, na escolha do sucessor do histórico líder Alberto João Jardim, Miguel Albuquerque derrotou Manuel António Correia, então secretário regional, numa segunda volta, obtendo cerca de 63% dos votos.
Miguel Albuquerque, nascido em 04 de maio de 1961 (62 anos) e natural do Funchal, é advogado e tem no seu currículo político a presidência da Câmara do Funchal (1994-2013) e do Governo Regional da Madeira, desde 2015.
Pediu a demissão em 26 de janeiro, depois de a deputada única do PAN ter recusado cumprir o acordo de incidência parlamentar que garantia a maioria absoluta da coligação PSD/CDS na Assembleia Legislativa da Madeira.
O PSD chegou a pretender a substituição de chefe do executivo, mas a solução foi criticada pela maioria dos partidos com assento parlamentar e acabou por ser rejeitada pelo representante da República no arquipélago, Ireneu Barreto, que remeteu a decisão para o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
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