Segundo revelou o ex-autarca social-democrata à agência Lusa, o documento que formaliza a renúncia ao cargo municipal na referida autarquia do distrito de Aveiro deu entrada nos serviços camarários na sexta-feira e produz efeito a partir das 00:00 de terça-feira, antes, portanto, da primeira reunião da Assembleia da República da nova legislatura.
"Hoje é um dia especial, em que deixo funções nas quais tive muito orgulho e pelas quais tenho que dirigir um agradecimento a todo o povo de Ovar, pela confiança que depositou em mim. Foi um orgulho muito grande servir a minha terra e a minha gente", declarou Salvador Malheiro.
Quanto à nova etapa profissional a que dará início na bancada parlamentar do PSD, depois de ocupar o 4.º lugar na lista de candidatos da coligação Aliança Democrática (AD) pelo círculo de Aveiro, o novo deputado disse encarar este desafio "com muita esperança e com um enorme sentido de missão".
"Espero poder ajudar o país, mas nunca esquecerei as minhas origens e o povo de Ovar", referiu.
Salvador Malheiro foi eleito pela primeira vez presidente de câmara nas autárquicas de 2013, ganhando ao PS com uma maioria absoluta de quatro vereadores sociais-democratas face a três socialistas.
Nas eleições seguintes, de 2017, quando o concelho ultrapassou os 55.000 habitantes e isso se refletiu em mais lugares no executivo camarário, obteve uma maioria mais expressiva, passando dos 43% para os 65% e garantindo então sete lugares ao PSD, enquanto o PS conseguiu apenas dois. Esse mandato ficou marcado pelo cerco sanitário ao município, devido à pandemia de covid-19, e também pela projeção de Salvador Malheiro enquanto vice-presidente do PSD nacional, sob a alçada de Rui Rio.
Na terceira corrida autárquica, em 2021, Salvador Malheiro manteve a maioria, liderando com sete vereadores, e a sua lista incluía como número 2 Domingos Silva, que agora lhe sucede na presidência da Câmara Municipal.
As eleições legislativas do passado dia 10 de março foram ganhas pela Aliança Democrática, coligação entre PSD, CDS-PP e PPM. O líder do PSD, Luís Montenegro, foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República na quinta-feira.
Na terça-feira, os deputados terão que assinar pela primeira vez, após alterações ao regimento introduzidas na última legislatura, um termo de posse no qual afirmam que irão desempenhar fielmente as funções e "defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa".
No parlamento, o PSD terá 78 deputados (mais um que na anterior legislatura) e o CDS regressa com dois.
O PS também terá 78 deputados (após perder 42) e segue-se o Chega com 50 (o que representa um aumento de 38).
A IL manterá os seus oito deputados e o BE continuará com cinco, enquanto o Livre passa a quatro (após um aumento de três), o PCP fica reduzido a quatro (quando antes tinha seis) e o PAN permanece com uma deputada única.
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