O diretor-executivo da CNN Portugal, Pedro Santos Guerreiro, considerou, esta terça-feira, que a eleição para o presidente da Assembleia da República (AR) foi "bizarra" e que é "um bocadinho preocupante ver" o "amadorismo" de Luís Montenegro, "não estava preparado para isto".
"Este amadorismo com que ele fez este acordo [com o Chega] resultou nisto", afirmou Pedro Santos Guerreiro.
Em declarações à CNN, o jornalista salientou que "logo no primeiro dia vemos no que é que estamos metidos" após sucessivas falhas na eleição para a presidência da AR. Pedro Santos Guerreiro considerou que esta eleição serve "normalmente para cumprir calendário" e destacou que não costuma ser "um assunto de conflito político".
"Já toda a gente tinha percebido menos Luís Montenegro. É um bocadinho preocupante ver que ele não estava preparado para isto. Luís Montenegro não tem nenhuma experiência de governação, mas tem muita experiência de Parlamento", afirmou o jornalista.
Para Pedro Santos Guerreiro "ficou claro que se o PSD é o marido, o PS não quer ser a mulher e o Chega não quer ser a amante escondida". "O Chega quer fazer tudo com o Governo, mas quer acordos. Não quer ser enjeitado, não quer ser rejeitado", destacou Pedro Santos Guerreiro.
O jornalista comentou ainda que "André Ventura tem alguma razão quando diz que foi mal tratado".
De recordar que esta terça-feira os deputados votaram para eleger o presidente para a Assembleia da República. A eleição de José Pedro Aguiar-Branco era dada como certa, após ter sido anunciado um acordo entre o PSD e o Chega. No entanto, na primeira volta Aguiar-Branco recolheu apenas 89 votos a favor.
Uma segunda ronda foi depois feita. A Aguiar-Branco juntaram-se Francisco Assis, do PS, e Manuela Tender, do Chega. O deputado do PS conseguiu 90 votos contra os 88 de Aguiar-Branco. Já Manuela Tender angariou 49 votos.
Após esta ronda, os deputados foram novamente chamados à urna para uma escolha, desta vez, entre Francisco Assis e Aguiar-Branco. Também sem fumo branco.
[Notícia atualizada às 23h39]
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