O antigo presidente da Assembleia da República (AR), Augusto Santos Silva garantiu que nunca será candidato às eleições Presidenciais de 2026 contra uma "eventual candidatura do Dr. António Vitorino" e afirmou "que a inversa também é verdadeira".
“Há uma garantia que eu posso dar: nunca serei candidato contra uma candidatura - eventual candidatura - do Dr. António Vitorino e, já agora, parece-me que a inversa também é verdadeira", ressalvou na sexta-feira em entrevista ao Jornal 2, da RTP2.
Santos Silva disse ainda que António Vitorino "cumpre todos os requisitos necessários para ser um bom candidato a Presidente da República", sublinhando a "vasta experiência interna e internacional" deste.
Em virtude das potenciais candidaturas que têm sido avançadas para o cargo - Luís Marques Mendes, Henrique Gouveia e Melo e António José Seguro - o ex-presidente do Parlamento disse que "nenhuma dessas três campanhas me parece cumprir o perfil” e afirmou que é preciso continuar "a trabalhar para encontrar alguém que cumpra esse perfil".
"Não basta dizer uma série de banalidades sobre a necessidade de nós dialogarmos, de encontrarmos compromisso ou de amarmos o povo para ser um bom candidato ou uma boa candidata", reiterou Santos Silva.
Seguro? "Não me parece cumprir os requisitos mínimos de uma candidatura que possa ser apoiada pelo Partido Socialista"
Marques Mendes, na ótica do antigo presidente da AR, "vai ser um candidato nomeado por um partido", sendo que a candidatura do comentador televisivo "é promovida por uma estação de televisão".
No mesmo leque de possíveis candidaturas, Santos Silva referiu que António José Seguro "não me parece cumprir os requisitos mínimos de uma candidatura que possa ser apoiada pelo Partido Socialista (PS) e por um vasto campo de forças democráticas" e acusou-o de ficar "pelas banalidades".
"Depois há a candidatura que ainda não foi assumida - não sei se será assumida - mas é uma campanha que também está em curso para tentar convencer um militar a candidatar-se a Presidente da República", referindo-se a Henrique Gouveia e Melo.
Santos Silva afirmou que não tem "nenhum problema em relação à possibilidade do cidadão Gouveia e Melo ser candidato a Presidente da República, mas tenho muitos problemas com o facto de um militar poder ser candidato a Presidente da República".
E enumerou "duas razões fundamentais" para essa percepção: "A primeira é porque a nossa democracia é civilista desde a revisão constitucional de 1982 e, portanto, a tutela militar sobre o regime democrático acabou em 1982, e o segundo - é ainda mais importante - que o Presidente da República é o mais alto cargo do regime e portanto tem de ser alguém com experiência política".
Questionado se teria abordado o tema com Pedro Nuno Santos respondeu: "Eu falo com o secretário-geral do meu partido sobre vários assuntos incluindo, naturalmente, as Presidenciais".
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