A Iniciativa Liberal (IL) manifestou-se, esta segunda-feira, contra o regresso do serviço militar obrigatório, considerando "inaceitável" que o Estado "interrompa à força a vida dos jovens" numa democracia "consolidada" como a de Portugal.
Esta posição foi partilhada pelo partido, liderado por Rui Rocha, na rede social X (antigo Twitter).
"A Iniciativa Liberal considera inaceitável que o Estado interrompa à força a vida dos jovens para os mandar à tropa", lê-se na publicação divulgada. "Em 2024, numa democracia consolidada como a portuguesa, é eticamente inaceitável que por meio da coerção estatal se obrigue a que jovens abdiquem da sua autonomia e liberdade individual para servir o Estado nas condições e valores que esse mesmo Estado entenda como as adequadas", acredita.
Para os liberais, "a entrada nas FFAA ou é voluntária ou é inaceitável".
A IL defende que a "solução estará sempre na valorização das carreiras e dos vencimentos dos militares", em conjunto com outras medidas como "o aumento da idade máxima de candidatura para as FFAA ou mesmo a sua eliminação (como nos Estados Unidos da América)" e "a equiparação da FFAA às forças de segurança, mitigando a drenagem de recursos devido aos desequilíbrios de rendimento".
O partido defende ainda "a aposta na reativação dos cursos técnico/profissionais das Forças Armadas, capazes de dar competências profissionais na vida civil pós militar" e o "incentivo à entrada de mais mulheres nas FFAA, com políticas de licença de maternidade e paternidade que permitam que mulheres e homens equilibrem as responsabilidades familiares com a carreira militar".
"Devemos investir em reformas estruturais a fim de fortalecer a defesa nacional com um exército totalmente profissional, bem capacitado e equipado, valorizado e voluntário", concluiu a IL.
🪖 NÃO AO SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
— Iniciativa Liberal (@LiberalPT) April 1, 2024
A Iniciativa Liberal considera inaceitável que o Estado interrompa à força a vida dos jovens para os mandar à tropa.
Em 2024, numa democracia consolidada como a portuguesa, é eticamente inaceitável que por meio da coerção estatal se… pic.twitter.com/HUohlu7Uaa
De realçar que um eventual regresso do serviço militar obrigatório ganhou espaço no debate político depois de os chefes do Estado-Maior da Armada e do Exército terem pedido que se reequacione essa possibilidade.
Na sexta-feira, num artigo no Expresso, o Chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, afirmou que pode vir a ser necessário "reequacionar o serviço militar obrigatório, ou outra variante mais adequada", de forma a "equilibrar o rácio despesa/resultados" e "gerar uma maior disponibilidade da população para a Defesa".
Esta posição foi também partilhada pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, Eduardo Ferrão, que, em declarações ao mesmo jornal, defendeu que "uma reintrodução do serviço militar obrigatório justifica-se ser estudada e avaliada sob várias perspetivas".
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