O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, rejeitou, esta segunda-feira, antes da apresentação do livro 'Identidade e Família', estar a marginalizar famílias fora do padrão ao defender um conceito de família tradicional. O ex-líder social-democrata explica que o que pretende é antes fazer a "idealização" de uma família, ainda que considerando outras configurações que não pai, mãe e filhos.
Esta explicação surge na sequência das várias questões em torno do conceito de família conforme é defendido no livro que o ex-líder do PSD foi apresentar. A obra, que conta com 22 contributos de figuras de direita, como César das Neves, Jaime Nogueira Pinto, Ribeiro e Castro ou Manuel Monteiro, pretende alertar para a "destruição da família" tradicional e a "ideologia de género", posicionando-se até contra o aborto, a eutanásia e, até, "legislação" que considera facilitar o divórcio.
"O conceito de família foi evoluindo ao longo do tempo. Há muitos desafios hoje. A família nem sempre é considerada nas políticas públicas e as políticas públicas muitas vezes desconsideram as famílias, em qualquer das suas visões ou idealização", referiu, em declarações aos jornalistas à entrada da Livraria Buchholz, onde a obra vai ser apresentada.
Na ótica de Passos Coelho, "isso não é bom", daí que "a abordagem feita no livro seja útil, porque permite uma discussão". "A minha função é chamar a atenção e sublinhar a oportunidade que matéria como estas que aqui são tratadas devem merecer do espaço público e da discussão pública", acrescentou.
"A mim impressiona-me um bocadinho que o espaço público esteja demasiado dominado por caricaturas. Muitas vezes colam-se demasiados rótulos às coisas, não por uma questão de simplificação. Há hiper simplificações que são feitas com um objetivo próprio, que é o de agredir, de desqualificar, de diminuir. E isso não é bom para o debate", afirmou ainda.
Para Passos Coelho "é muito importante que as sociedades mantenham espaços de racionalidade, sem os exacerbamentos que prejudicam uma análise séria e que haja uma integração dessas visões numa visão comum da sociedade".
O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho apresenta esta segunda-feira, em Lisboa, o livro 'Identidade e Família', coordenado por António Bagão Félix, Victor Gil, Pedro Afonso e Paulo Otero, fundadores do Movimento Acção Ética.
A obra, que conta com 22 contributos de figuras de direita, como César das Neves, Jaime Nogueira Pinto, Ribeiro e Castro ou Manuel Monteiro, pretende alertar para a "destruição da família" tradicional e a "ideologia de género".
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