O cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) para as eleições Europeias, Sebastião Bugalho, assumiu, esta quarta-feira, que dizer que sim a Luís Montenegro "não foi uma escolha simples". Mas, garantiu que "não é fácil dizer que não quando o primeiro-ministro do nosso país te liga e diz que quer que seja o nosso homem na Europa".
Ainda assim, Bugalho rejeitou a ideia de as eleições Europeias serem uma prova de fogo para o Governo. "O Governo certamente que não se sente aos meus ombros", afirmou.
Sebastião Bugalho garantiu numa entrevista à SIC Notícias que se sente "preparado" para ir a eleições e que se assim não fosse não "teria dito que sim". "Sinto que estou preparado para essa responsabilidade", assumiu.
"Eu provavelmente sou o candidato a esta eleição que foi mais escrutinado durante o seu percurso, exceptuando talvez a Marta Temido que foi ministra da Saúde durante uma pandemia", garantiu Bugalho que disse ainda que os portugueses o conhecem porque há nove anos que leem as suas colunas de opinião.
Sobre as críticas, Sebastião Bugalho garante que respeita os críticos e que há algo comum a todos: "nenhum deles diz que nós vamos perder".
"Rui Moreira era um ótimo candidato"
Questionado se faria sentido que o presidente da Câmara Municipal do Porto fosse o número dois da candidatura, Bugalho garantiu que "Rui Moreira era um ótimo candidato e teria todo o gosto em tê-lo" ao seu lado.
"Não estive envolvido no projeto de convites", assegurou o comentador. Sebastião Bugalho revelou ainda que recebeu o convite de Luís Montenegro para encabeçar a candidatura da AD na segunda-feira e que a escolha "é da responsabilidade do presidente do partido".
"Eu estou confortável com a decisão", assegurou, admitindo ter "o maior respeito e amizade pelo Rui Moreira".
"Não vou aceitar um tacho"
Sobre questões de ética por passar de comentador a político, Sebastião Bugalho garantiu que "não há escolha mais democrática que aquela que" fez.
"Escolhi fazer essa transição da forma mais democrática possível, que é ir a votos. Vou submeter-me e sujeitar-me à apreciação dos meus concidadãos. Não vou aceitar um tacho".
"Quero muito que Portugal tenha uma palavra a dizer"
Bugalho referiu que aquilo que o "seduziu" no projeto foi o "estado do mundo".
"Está tudo a mudar e a Europa também vai mudar. Portugal tem que ter uma voz nessa mudança. Nós somos um mundo em guerra e a Europa tem de ser um continente virado para a paz. E eu quero muito que Portugal tenha uma palavra a dizer nesse percurso", salientou.
Apoio a Costa? "Por agora essa hipótese não se coloca"
Questionado se vai apoiar o ex-primeiro-ministro António Costa para o Conselho Europeu, Bugalho garantiu que "por agora essa hipótese não se coloca". Ainda assim lembrou o apoio de Costa, enquanto eurodeputado, à candidatura de José Manuel Durão Barroso a Presidente do Comissão Europeia.
"Eu, na vida, acho que reciprocidade é um bom princípio".
[Notícia atualizada às 19h51]
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