"O Partido Socialista tem de fazer campanha com as pessoas e está disponível para debates com todos os candidatos, mas não passar o tempo em debates. A proposta eram 27 ou 28", atirou este sábado Pedro Nuno Santos quando questionado sobre a recusa do Partido Socialista (PS) e Partido Social Democrata (PSD) em realizar debates.
"As campanhas não se fazem só nos debates e nas televisões", acrescentou, frisando que o partido está disponível para "alguns debates", e privilegiando "campanha no território com os portugueses".
Ainda assim, sugeriram que fosse apresentada uma proposta alternativa com um novo calendário, por forma a aliar a campanha e os critérios editoriais, através da limitação do número de debates.
Reforçando que o PS estava disponível "para participar em debates com todos os candidatos", Pedro Nuno Santos considerou assim que os 28 frente a frente eram excessivos.
De acordo com o líder socialista, o seu partido tem que "fazer campanha na rua, no território, com as pessoas" e não passar "o tempo todo em debates e em comentários de debates".
Questionado sobre o facto de o PS ter que fazer apenas um parte desses debates, Pedro Nuno Santos considerou que seriam muitos, referindo que "já foi um excesso nas últimas legislativas".
"É muito importante que nós não limitemos nem fechemos as campanhas eleitorais nas televisões como aconteceu nas últimas legislativas onde há um debate de 30 minutos e duas horas ou três horas de comentários que depois dão origem a candidatos a outras eleições", disse, numa alusão ao cabeça de lista da AD, Sebastião Bugalho, então comentador.
Além dos debates, na análise do líder do PS, "há muitos momentos diferentes de esclarecimentos", reiterando que "vai haver debates com todos os candidatos".
"Nós precisamos é de candidatos a comunicar com as pessoas, com os portugueses e isso é que os candidatos do PS vão fazer, disponível para alguns debates com todos os partidos", disse.
Outro dos argumentos de Pedro Nuno Santos para esta recusa é o calendário e o facto de não haver sequer o mesmo tempo que houve para as eleições legislativas de 10 de março.
"Temos menos tempo, nós queremos correr o país todo e é isso que vamos fazer", assegurou.
A cabeça de lista do BE às eleições europeias, Catarina Martins, acusou hoje PS e PSD de quererem esconder os seus candidatos por terem rejeitado o modelo de debates proposto, e insistiu nos frente a frente.
Também o líder da IL, Rui Rocha, acusou estes dois partidos de infligirem "um ataque à democracia" por estarem a "tentar impedir" a realização de debates sobre as eleições europeias com todos os partidos.
De acordo com o jornal Expresso, o PS e a Aliança Democrática (AD) recusaram o modelo de debates proposto pela RTP, TVI e SIC para as eleições europeias de 09 de junho, no qual estavam previstos 28 frente a frente entre os cabeças de lista dos partidos com representação na Assembleia da República.
Estas forças políticas alegaram tratar-se de um número elevado de duelos, que afetaria a campanha eleitoral, e admitiram aceitar um calendário mais leve.
[Notícia atualizada às 18h50]
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