Madeira. MPT propõe reduzir IRC para empresas darem melhores ordenados

O cabeça de lista do MPT às eleições regionais da Madeira defendeu hoje a redução do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) para que as empresas possam empregar mais pessoas e ter "melhor qualidade de ordenados".

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Lusa
19/05/2024 20:32 ‧ 19/05/2024 por Lusa

Política

MPT

"O IRC das empresas e outro tipo de impostos, temos de revê-los, para dar oportunidade a que possam empregar mais pessoas nas empresas e as pessoas também tenham melhor qualidade de ordenados", afirmou o também líder do MPT -- Partido da Terra na Madeira, Válter Rodrigues, após uma ação de campanha no Funchal.

A candidatura do MPT às eleições antecipadas de 26 de maio contou hoje com a visita do líder nacional do partido, Pedro Soares Pimenta, que se fez acompanhar do cabeça de lista às europeias de 09 de junho, Manuel Oliveira Carreira.

Em declarações à agência Lusa, Válter Rodrigues disse que a ação de hoje pretendeu ouvir as pessoas e passar a mensagem de que o MPT vai "ser a voz para as defender" no parlamento regional, com o compromisso de resolver os problemas que enfrentam.

"Já nos reunimos hoje também com pessoas do estrato [social] mais baixo, do estrato mais alto, alguns empresários também", apontou.

Sobre um apoio ao próximo executivo regional, o candidato sublinhou que o seu compromisso é "com a população", manifestando disponibilidade para entendimentos com uma liderança com partidos de esquerda ou de direita.

"O nosso compromisso essencial vai ser sempre, neste caso, com a população e com um orçamento para defender as empresas e as pessoas", frisou, referindo que um dos problemas identificados é a falta de mão de obra especializada na região. Na sua perspetiva, faltam cursos profissionais ligados a algumas áreas - por exemplo, "bate-chapas e outro tipo de trabalhos".

Válter Rodrigues defendeu hoje a necessidade de reduzir, para metade, "os 30% que normalmente uma empresa paga a mais no ordenado de cada funcionário", explicando que o custo da medida tem de ser suportado pelo Governo Regional e pelo Governo da República.

Essa medida, segundo o líder regional do MPT, vai permitir "pagar mais" aos funcionários e fazer com que as empresas "não tenham de pagar mais impostos".

"Somos uma região ultraperiférica", realçou, lembrando que as estatísticas dizem que a Madeira é a região mais pobre do país e defendendo que a resolução da situação exige "fazer algo diferente" e atuar com sentido de responsabilidade:

Segundo o relatório "Portugal, Balanço Social 2023", apresentado esta semana, o risco de pobreza no país subiu para 17% no ano passado, o que fez com que mais 60 mil pessoas ficassem em risco de ficar pobres, uma realidade que afetou principalmente as mulheres.

A taxa de pobreza está quase 10 pontos percentuais acima da média nacional na Madeira, a região com maior taxa em Portugal, e nove pontos percentuais acima da nacional nos Açores.

Nas legislativas da Madeira há 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção e se demitiu.

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.

Leia Também: Eleições/Madeira. MPT acredita na eleição de pelo menos um deputado

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