Madeira disse "que não queria Albuquerque, mas também não queria Cafôfo"

PAN/Madeira sublinha que JPP e PS "fizeram aquilo que considerariam ser possível", mas pede que se analise "os resultados" e se reflita "sobre aquilo que a população pedir".

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© Facebook/ PAN Madeira

Notícias ao Minuto
28/05/2024 11:18 ‧ 28/05/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Madeira

Mónica Freitas, porta-voz do PAN/Madeira, reiterou, esta terça-feira, que o partido será uma força de "construção" e "diálogo" no novo quadro político na Madeira, recusando tomar, para já, qualquer decisão sobre possíveis alternativas de governo. Por outro lado, sublinhou que ao longo da campanha a população transmitiu que "não queria Miguel Albuquerque, mas também não queria Paulo Cafôfo" a liderar o executivo regional.

Mónica Freitas falava aos jornalistas depois de ser recebida pelo Representante da República na região, Ireneu Barreto, e reagia assim ao facto de o PS e o JPP se terem oferecido para criar uma solução governativa para a região, após o PSD ter vencido as eleições, mas sem maioria absoluta.

Os dois partidos somam 20 deputados, aquém dos 24 necessários para a maioria absoluta.

"È uma alternativa válida da democracia, faz parte, foi os entendimentos que consideraram. Não admito qualquer integração, até porque é preciso haver essa conversa e esse diálogo, e portanto, neste momento, estamos numa posição de aguardar e ver o que é que, de facto, será decidido e quais as forças partidárias que terão, de facto, essa maioria", afirmou

Interrogado sobre se o PAN/Madeira sentiu que tinha sido descartado, Mónica Freitas recusou.

"Não, de todo, ate porque o PAN sempre foi um partido de diálogo e de construção. Nunca fomos um partido do bota abaixo, nem somos um partido do contra. Somos um partido que trabalhamos com responsabilidade e com ponderação e a pensar na população em primeiro lugar. Portanto, não seremos nos os causadores de instabilidade, como nunca fomos durante todo este período", disse.

Contudo, a porta-voz do PAN/Madeira ressalvou que é "importante" que também haja essa "responsabilidade e essa maturidade política por parte de outras forças partidárias".

"Agora, é preciso haver entendimento e é preciso haver entendimento com todos os partidos e os entendimentos não se fazem à última da hora, muito menos com pressões com conferências de imprensa", criticou, admitindo "surpresa" nesta comunicação.

Mónica Freitas destacou que o partido está "sempre disponível" para dialogar, destacando que "a população não escolheu maioria absoluta desta vez, a população escolheu entendimentos". 

"Não há nenhuma insatisfação. É a democracia a funcionar. Os dois partidos, JPP e PS, fizeram aquilo que considerariam ser possível para eles fazer, têm legitimidade para o fazer, é importante, de facto, já que demonstraram essa abertura, haver esse diálogo e essa construção. Agora também é preciso analisar os resultados e refletir sobre aquilo que a população pedir", reforçou.

“Se há algo que a população ao longo de toda a campanha eleitoral sempre referiu, pelo menos ao PAN, não sei quanto aos outros partido, foi que não queria Albuquerque, mas também não queria Paulo Cafôfo", frisou.

"Neste momento, vamos aguardar pelas soluções e pelas alternativas. Não vamos tomar nenhuma decisão, nem vou estar aqui a tomar decisões sem falar com a comissão política regional, sem falar com a comissão política nacional e sem sequer ter cenários concretos em cima da mesa. Neste momento, são hipóteses", disse, referindo que não é o "partido decisivo para qualquer uma das alternativas que se venha a apresentar".

Recorde-se que, na sequência das eleições na Madeira, que não resultaram em nenhuma constituição óbvia de novo governo, o Representante da República na região vai ouvir os partidos eleitos, esta terça-feira.

Segundo os resultados divulgados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PSD venceu as eleições com 49.103 votos (36,13%), conquistando 19 mandatos. Seguem-se o PS, com 11 deputados, o JPP, com nove, o Chega, com quatro, o CDS-PP, com dois, e a IL e o PAN, com um deputado cada.

Leia Também: Depois das eleições, a 'geringonça'? Madeira explora opções de governo

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