"Nós fomos o partido vencedor e, como tal, aquilo que aconteceu foi aprovarmos este acordo para, já no mês de julho, termos um Orçamento e um Programa de Governo aprovados", disse Rubina Leal, porta-voz da comissão política do PSD, que esteve reunida na sede do partido, no Funchal.
"[A comissão] aprovou por unanimidade, obviamente", reforçou.
Rubina Leal disse que o acordo determina a indicação do líder do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, para presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, cargo que já desempenha deste 2019 no âmbito do governo de coligação com o PSD.
"Aquilo que o PSD fez mal nestas eleições foi colocar-se no terreno, foi trabalhar, foi procurar efetivamente aquilo que todos anseiam, que é ter estabilidade e governabilidade", disse, criticando o "PS e outros partidos" que "estiveram na rua a dar algum espetáculo".
A porta-voz da comissão política referia-se à solução conjunta de governo que PS e JPP apresentaram hoje ao representante da República, tendo Ireneu Barreto considerado que "não tem qualquer hipótese de ter sucesso na Assembleia Legislativa".
PS e JPP somam 20 deputados (11 socialistas e nove do JPP), aquém dos 24 necessários para a maioria absoluta, sendo que o PSD e o CDS-PP somam 21 (19 social-democratas e dois centristas).
"O nosso objetivo, finda esta fase, é garantir que até ao próximo mês de julho tenhamos o Orçamento e o Programa de Governo aprovados, garantindo a estabilidade e previsibilidade que as famílias, os trabalhadores e as empresas tanto necessitam e tanto anseiam", explicou Rubina Leal, reforçando que "o mais importante para a região é manter a estabilidade".
A porta-voz lembrou que o PSD venceu as eleições de domingo em nove dos 11 concelhos e em 45 das 54 freguesias, elegendo 19 deputados, num total de 47 que compõem o parlamento regional, circunstância que, segundo disse, demonstra uma "confiança renovada no projeto político" do partido.
"Tal como referimos desde a primeira hora, a estabilidade e a governabilidade na região eram e são uma prioridade, a nossa prioridade, e é isso que iremos assegurar, através de uma solução governativa que assumimos com sentido de responsabilidade, pondo sempre em primeiro lugar os interesses dos madeirenses e dos porto-santenses", declarou.
O representante da República anunciou hoje que o líder do PSD/Madeira vai ser indigitado presidente do Governo Regional na quarta-feira, às 12:00, no Palácio de São Lourenço, a residência oficial, no Funchal, explicando que a escolha se deve ao facto de considerar que "a solução apresentada pelo partido mais votado, o PSD, que tem um acordo de incidência parlamentar com o CDS-PP, e a não hostilização, em princípio, do Chega, do PAN e da IL, terá todas as condições de ver o seu programa aprovado na Assembleia Legislativa".
O anúncio foi feito depois de Ireneu Barreto ter ouvido os sete partidos que obtiveram representação parlamentar nas eleições de domingo: PSD (19 deputados), PS (11), JPP (nove), Chega (quatro), CDS-PP (dois), IL (um) e PAN (um).
As eleições antecipadas na Madeira ocorreram oito meses após as anteriores legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
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