Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS, reagiu ao chumbo da redução das taxas do IRS propostas pelo PSD e CDS-PP, apontando o dedo ao Chega, que se absteve da votação.
Para o centrista, o partido liderado por André Ventura voltou a posicionar-se do lado do PS e da Esquerda, demonstrando "mais uma vez que o seu parceiro político para esta legislatura se chama PS".
"Isto é a Cheringonça no seu esplendor, mas representa o pior que existe na política portuguesa", atirou, acrescentando que o Chega assume definitivamente "o papel de bengala, de muleta do socialismo nesta sessão legislativa".
Para o CDS, esta posição tem de ter "consequências políticas" e ser "posta em cima da mesa", chegando Paulo Núncio a questionar o que "pensarão os eleitores do Chega ao verem o partido a juntar-se sistematicamente à Esquerda".
O líder parlamentar acusou os dois partidos de hipocrisia. O PS porque durante anos traçou "linhas vermelhas a dizer que não podia fazer nada com o Chega e agora sistematicamente os dois formam maiorias para aprovar medidas contra as propostas da Aliança Democrática". E o Chega porque se "coloca ao lado da Esquerda e faz de bengala do socialismo".
"Isto tem de ser denunciado perante todos os eleitores, em especial os eleitores de Direita", completa.
Recorde-se que em causa está a votação na especialidade do texto de substituição à proposta de redução de taxas inicialmente enviada ao parlamento pelo Governo e que decorreu na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP).
Os dois partidos que apoiam o Governo apresentaram um texto de substituição da proposta do executivo sobre descida do IRS que mantém o desagravamento deste imposto no sexto, sétimo e oitavo escalões, embora no sexto escalão com uma redução inferior ao que pretendia inicialmente o Governo.
Os votos contra do PS, PCP, BE e Livre e a abstenção do Chega ditaram o chumbo da nova tabela de taxas dos escalões do IRS propostas pelo PSD e CDS-PP.
[Notícia atualizada às 12h16]
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