Em declarações à Lusa antes de uma arruada na Rua de Santa Catariana, a candidata considerou que as 41 medidas anunciadas pelo executivo de Luís Montenegro não resolvem o essencial da questão, a "corrupção".
"As 41 medidas que o Governo propõe não respondem ao essencial do problema. Tem uma linha apenas sobre o que é coração deste problema: as máfias de exploração de mão de obra humana, aos gangues de mão de obra escrava que continuam a operar no Mediterrâneo e noutras rotas, que são organizações não governamentais subsidiadas e, talvez, até patrocinadas por todos nós", denunciou Joana Amaral Dias.
Insistindo que o Governo "apresentou este plano [das Migrações] apenas para tentar secar as forças partidárias que têm lutado há muito tempo contra esta situação calamitosa", a cabeça de lista assinalou que a "imigração em Portugal atingiu -- e o Porto tem sido duramente atingido com isso -- proporções e modos absolutamente inaceitáveis".
Neste rol de críticas, Joana Amaral considerou ainda: "Há uma dita esquerda que diz 'entrem todos, entrem todos', mas depois o que vemos é as pessoas a serem deixadas em condições infra-humanas, a viver ao relento."
Outro foco da arruada foi "denunciar mais uma mentira da Europa que é a inflação, provocada pelo Banco Central Europeu (BCE) e que está a esmagar os povos europeus, sendo os portugueses os mais castigados por esse imposto cego", disse.
"O BCE, entre 2020 e 2022, aumentou o seu saldo em quatro biliões de euros. Criou um enorme esquema piramidal, imprimiu notas como se não houvesse amanhã. Esta é uma inflação provocada, propositada, é um trabalho de engenharia financeira", criticou a candidata.
E prosseguiu: "não é verdade que a inflação tenha sido provocada pela guerra na Ucrânia, os preços já tinham subido muito antes. Entre 2020 e 2022 o petróleo já tinha subido cerca de 340%".
Joana Amaral Dias recusou, depois, a eventual participação de militares portugueses na guerra na Ucrânia.
"Não queremos enviar os nossos filhos para a guerra para que depois voltem em caixões. As elites, o Sebastião Bugalho, a Marta Temido, a [Ursula] Von der Leyen falam do topo porque nunca são os filhos das elites que vão ser carne para canhão, são sempre os filhos do povo que vão ser destroçados e voltar sem vísceras e sem a alma", enfatizou a candidata.
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