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Cotrim Figueiredo recusa comentar buscas no Ministério da Saúde

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal ao Parlamento Europeu recusou hoje comentar as buscas no Ministério da Saúde e hospital de Santa Maria no âmbito da investigação ao caso das gémeas para não poluir a campanha às europeias.

Cotrim Figueiredo recusa comentar buscas no Ministério da Saúde
Notícias ao Minuto

12:42 - 06/06/24 por Lusa

Política Europeias

"Não [sobre se queria comentar]. Queria deixar os temas nacionais para o Rui Rocha [presidente da IL] comentar, algo que fará em breve, certamente", afirmou João Cotrim de Figueiredo aos jornalistas, no final de uma vista ao Clube Europa da Escola Secundária de Gondomar, no distrito do Porto.

O candidato a eurodeputado foi instado a comentar as buscas que a Polícia Judiciária (PJ) está a efetuar no Ministério da Saúde e no hospital de Santa Maria no âmbito da investigação ao caso das gémeas, adiantou hoje à Lusa fonte ligada ao processo.

"Tudo o que nós quisermos fazer para poluir a agenda da campanha eleitoral europeia vamos conseguir fazê-lo, portanto, eu vou fazer o meu trabalho que é não deixar poluir a campanha europeia por temas nacionais", sublinhou.

Apesar de não querer comentar, João Cotrim de Figueiredo considerou que há alguns a quem interessa muito que estas eleições europeias sejam a segunda volta das legislativas, o que é "um mau serviço à democracia e um mau serviço à Europa".

O primeiro da lista da IL disse ainda que "quem possa ter interesse em puxar por galões nacionais para ganhar na Europa é porque não tem os argumentos e não merece sequer um mandato europeu".

Em causa está o tratamento em 2020 de duas gémeas residentes no Brasil, que adquiriram nacionalidade portuguesa, com o medicamento Zolgensma. Com um custo total de quatro milhões de euros (dois milhões de euros por pessoa), este fármaco tem como objetivo controlar a propagação da atrofia muscular espinal, uma doença neurodegenerativa.

O caso foi divulgado pela TVI em novembro passado e está ainda a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tendo a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) já concluído que o acesso à consulta de neuropediatria destas crianças foi ilegal.

Também uma auditoria interna do Hospital Santa Maria concluiu que a marcação de uma primeira consulta hospitalar pela Secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras neste caso.

A comissão de inquérito ao caso das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma agendou já o início das audições para 17 de junho, com depoimento do antigo secretário de Estado Adjunto e da Saúde António Lacerda Sales.

Leia Também: Gémeas. Lacerda Sales ser arguido hoje é "estranha coincidência"

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