"O nosso mandato foi perdido em 2020 e o objetivo de o resgatar era um objetivo difícil, mas nós nunca voltamos as costas a objetivos e a tarefas difíceis, porque quem ficaria a perder e quem ficou a perder foram as causas que o PAN representa", salientou Pedro Fidalgo Marques.
O partido Pessoas-Animais-Natureza não conseguiu eleger um eurodeputado, tendo ficado atrás do ADN, que obteve 54.046 votos.
Pelas 00:15, o PAN tinha 47.959 votos (1,22 %), segundo os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SIGMAI), menos 120.397 votos do que no ato eleitoral de 2019.
"Gostávamos de ter conseguido eleger para podermos continuar a trabalhar em conjunto com o parlamento nacional, com os parlamentos regionais, assim como os nossos autarcas locais que diariamente trabalham para defender as causas que mais ninguém defende. Deixo bem claro que podem contar com o PAN. O PAN está sempre presente na linha da frente sem medo de enfrentar qualquer interesse instalado para defender os direitos dos animais, da proteção da natureza e para defender os direitos humanos", afirmou.
Pedro Fidalgo Marques lembrou o seu projeto e de mais 28 pessoas, dizendo que está "diariamente no terreno".
"Enquanto tivermos um milhão de animais errantes no país, enquanto tivermos touradas a torturar animais nas arenas, enquanto tivermos atentados ambientais ecocídios como o aeroporto de Alcochete que vai destruir a maior reserva de água doce do país, enquanto tivermos atentados aos direitos humanos e a pôr em causa a violência contra as mulheres o PAN fará sempre a diferença, estará sempre cá", ressalvou.
Sobre o resultado do ADN, Pedro Fidalgo Marques disse que é preciso ter um "olhar preocupante"
"Quando temos um partido que nega as alterações climáticas, um partido que nega a ciência, um partido que rejeitou a covid-19, essa é que é a preocupação que temos que ter quando vemos estas forças crescentes com até alguns seus apoiantes a continuar a dizer que a Terra é plana", acrescentou.
Nascido em Oeiras, Pedro Fidalgo Marques, 37 anos, é um empreendedor social e cultural, licenciado em Dança e pós-graduado em Ciência Política, e frequenta o doutoramento em Dança na Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade de Lisboa.
É membro da comissão política nacional do PAN e vogal da mesa do órgão máximo de direção política entre congressos do partido.
Antes desta candidatura ao Parlamento Europeu, Fidalgo Marques foi já o número três do PAN no círculo eleitoral de Lisboa nas legislativas de março e foi eleito para a assembleia de freguesia da União de Freguesias de Oeiras e São Julião da Barra, Paço de Arcos e Caxias, em 2017.
Em 2019, Francisco Guerreiro foi o cabeça de lista do PAN e único eleito desta força política nas europeias, as primeiras em que o partido obteve representação em Bruxelas (com cerca de 5% dos votos).
No ano seguinte, o eurodeputado anunciou a sua saída do PAN por "divergências políticas" com a direção do partido, mantendo-se no Parlamento Europeu como independente.
[Notícia atualizada às 00h42]
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