"Apesar de o Livre não estar no Parlamento Europeu, vai continuar a falar da Europa nos próximos cinco anos, vai apresentar propostas para a Europa nos próximos cinco anos", afirmou Francisco Paupério, num discurso após serem conhecidos os resultados oficiais das eleições europeias de domingo.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o Livre alcançou 3,75% dos votos, mas o resultado não foi suficiente para eleger o cabeça de lista.
"Nada acaba aqui", assegurou Francisco Paupério perante dezenas de pessoas no Teatro da Luz, em Lisboa, onde o partido montou o "quartel-general" para a noite eleitoral, depois de ter sido recebido por efusivos aplausos.
De olhos já postos nas próximas eleições europeias, que deverão realizar-se em 2029, o candidato está confiante que "se não foi desta vez, da próxima, temos a certeza, o Livre vai estar representado no Parlamento Europeu".
Questionado sobre o seu futuro no partido, assegurou que tenciona continuar dentro do Livre e acrescentou: "Acho que a intenção do Livre também é continuar comigo. Estamos bem".
Apesar do discurso otimista, Francisco Paupério reconheceu que é uma noite triste, porque a ambição era, na terceira eleição em que participam, eleger finalmente um eurodeputado.
"Mas o Livre soube sempre reinventar-se e saberá sair mais forte desta experiência", sublinhou, destacando o crescimento do partido, que duplicou o número de votos em relação a 2019 e alcançou, em termos percentuais, o melhor resultado de sempre.
O PS foi o partido mais votado, com 32,1% e oito eurodeputados, nas europeias de domingo, à frente da Aliança Democrática, que teve 31,1% e sete mandatos, segundo os resultados provisórios.
Segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), o Chega, que elegeu dois eurodeputados, foi a terceira força política, com 9,79%.
Também com dois deputados eleitos, a Iniciativa Liberal (IL) obteve 9,07% dos votos.
O Bloco de Esquerda (BE) recolheu 4,25% dos votos e a CDU (PCP/PEV) 4,12%, obtendo um eurodeputado cada.
Pela primeira vez, foi possível votar em qualquer mesa de voto, independentemente do local de recenseamento, o chamado voto em mobilidade.
Para estas eleições europeias estavam recenseados um total de 10.819.317 cidadãos nacionais e 11.255 cidadãos estrangeiros, que perfazem um total de 10.830.572 de eleitores inscritos.
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