"O Parlamento Europeu ficou mais pobre sem a nossa representação, também sem a representação de forças ecologistas por toda a Europa, uma vez que os Verdes europeus desceram. Temos neste momento um grande desafio do ponto de vista democrático, que é lidar com a extrema-direita", disse.
Sousa Real falava depois de o cabeça de lista do PAN às eleições europeias, Pedro Fidalgo Marques, ter admitido a derrota nas eleições para Parlamento Europeu, afirmando que o partido já tinha perdido o seu mandato em 2020, depois da renúncia de Francisco Guerreiro.
A líder do PAN lamentou ainda o facto de o partido não ter espaço no comentário político, como "tem a maior parte dos candidatos" que concorreram às eleições.
"O ponto de partida das forças políticas não é o mesmo. É evidente que o nosso trabalho tem procurado consolidar o partido, recuperar também os votos ao longo de vários atos eleitorais. Conseguimos fazê-lo, seja reelegendo na Madeira, reelegendo nos Açores e reelengendo no parlamento nacional. E em democracia umas vezes perdemos e outras vezes ganhamos, mas o que é importante é que continuemos a fazer o nosso caminho", sublinhou.
Sousa Real insistiu, depois de saber da ultrapassagem pelo ADN, que Joana Amaral Dias "estava praticamente no comentário político todos os dias e chegava a milhões de pessoas".
"Ao PAN nunca lhe foi permitido ter espaço no comentário político, apesar de ser um partido político com representação parlamentar e com representação nas duas assembleias regionais, quer da Madeira, quer dos Açores, portanto, o nosso ponto de partida continua a não ser o mesmo. E o que é preocupante do ponto de vista democrático (...) é que estamos a falar de uma força que é negacionista da ciência. Enquanto força política do espetro democrático não podemos permitir ver o crescimento de forças políticas que são anti-direitos humanos", acrescentou.
O partido Pessoas-Animais-Natureza não conseguiu eleger nestas europeias, tendo ficado atrás do ADN, que obteve 54.046 votos.
Com todas as freguesias apuradas, faltando apenas contabilizar os votos de 13 consulados, o PAN tinha 47.959 votos (1,22 %), segundo os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), menos 120.397 votos do que no ato eleitoral de 2019.
Em 2019, Francisco Guerreiro foi o cabeça de lista do PAN e único eleito desta força política nas europeias, as primeiras em que o partido obteve representação em Bruxelas (com cerca de 5% dos votos).
No ano seguinte, o eurodeputado anunciou a sua saída do PAN por "divergências políticas" com a direção do partido, mantendo-se no Parlamento Europeu como independente.
[Notícia atualizada às 06h35]
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