Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à Feira de Mobiliário e Decoração, que decorre no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, Pedro Nuno Santos sustentou que o "posicionamento do Chega face a algumas propostas do Governo permite ao menos pararmos" com a associação entre o partido de André Ventura e os socialistas, criada após algumas votações do Chega que permitiram viabilizar propostas do PS no parlamento.
O Chega acompanhou hoje na Assembleia da República, e permitiu viabilizar, a proposta do Governo para a isenção de IMT na compra de primeira habitação por jovens até aos 35 anos.
Pedro Nuno Santos acrescentou ainda que a ideia de uma aliança entre o Chega e os socialistas e o eventual "prejuízo que teria para o PS" foi "derrotada nas eleições europeias".
Questionado sobre a criação de uma comissão para auditar os conselhos de administração dos hospitais, anunciada hoje pela ministra da Saúde, o líder socialista afirmou não conhecer a medida, mas sublinhou a importância dos "membros destes Governo" perceberem "que não podem estar sistematicamente a desculpar-se com os outros".
E acrescentou: "Há de haver um momento, e começa a chegar a hora de ser este o momento, em que quem é responsável é quem governa. E por isso, em vez de estarmos sempre a pôr as responsabilidades nos outros, a queixarmos dos outros, é começarmos a olhar para aquilo que nós conseguimos fazer".
Pedro Nuno Santos regressou ainda à questão da hipótese António Costa vir a presidir o Conselho Europeu afirmando que apesar de não estar concretizada apenas a "possibilidade já é muito importante" e sublinhou que o antigo primeiro-ministro reuniu um "grande reconhecimento pela sua capacidade política" na Europa.
"Ficaria surpreso se António Costa não pudesse contar com o apoio do Governo português. Os socialistas portugueses apoiaram a eleição de Durão Barroso para Presidente da Comissão Europeia e por isso a surpresa seria se esse apoio agora não acontecesse com António Costa", afirmou o líder socialista sobre o apoio do primeiro-ministro a esta possibilidade.
Tal como na noite eleitoral, insistiu na leitura dos resultados eleitorais como um sinal para o Governo para não continuar a governar "ignorando a oposição e ignorando o parlamento".
Sobre se espera alguma mudança na atitude do executivo de Luís Montenegro, o líder socialista defendeu que, por enquanto, "pelo contrário" houve "uma reafirmação por parte do primeiro-ministro da estratégia que estava a ser seguida".
"É uma estratégia que é errada, porque a AD não teve maioria absoluta, os portugueses não querem que o Governo se comporte como se tivesse a maioria absoluta", acrescentou.
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