BE lembra Timor para voltar a acusar Governo de cobardia sobre Palestina
A coordenadora do BE lembrou hoje o papel de Portugal no processo de independência de Timor-Leste para voltar a acusar o Governo de hipocrisia e cobardia por ainda não ter reconhecido o estado da Palestina.
© Lusa
Política Israel/Palestina
"A posição de que Portugal não pode tomar uma posição, não pode tomar uma voz autónoma e determinada na comunidade internacional porque tem de esperar por outros, é uma posição cobarde. O que é que Portugal fez com o Timor? Não foi Portugal que liderou a comunidade internacional em nome da independência do povo timorense? E não nos orgulhou enquanto país e enquanto povo termos liderado esse movimento pela independência de Timor?", questionou Mariana Mortágua.
A coordenadora bloquista falava aos jornalistas depois de uma reunião com o chefe da missão diplomática da Palestina em Lisboa, Nabil Abuznaid, cujo mandato termina em setembro e se mostrou esperançoso de que o Governo português reconheça o estado da Palestina em breve.
Interrogada sobre a posição do executivo minoritário PSD/CDS-PP que tem priorizado um papel de mediação face ao conflito ao invés do reconhecimento, Mariana Mortágua respondeu que "com toda a franqueza, Portugal não está a moderar absolutamente nada".
"A posição portuguesa não passa de uma posição cobarde, hipócrita, porque não tem coragem de reconhecer na comunidade internacional aquilo que tantos países já estão a reconhecer, que é que a Palestina tem direito à sua autodeterminação", acusou.
Acompanhada do líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, Mariana Mortágua afirmou que a posição de Portugal nesta matéria "é insuportável".
"É insuportável a posição do governo português na comunidade internacional perante o genocídio, perante a matança, perante a ocupação de terras palestinianas, perante a posição de um secretário-geral da ONU que é português, António Guterres, que tem feito tudo pela paz, tudo para chamar a atenção para o genocídio, para apelar a este reconhecimento. É insuportável que Portugal se esconda de forma cobarde na comunidade internacional e que não acompanhe sequer a iniciativa do Estado espanhol e de outros países, mais pequenos que Portugal até, e que tiveram a coragem de tomar este passo em frente", sustentou.
Aos jornalistas, o chefe da missão diplomática da Palestina em Lisboa, Nabil Abuznaid, manifestou esperança de que o Governo português avance com o reconhecimento antes do termo do seu mandato, em setembro, afirmando que Portugal "tem todas as condições" para o fazer hoje.
Nabil Abuznaid disse acreditar que a população portuguesa é a favor do reconhecimento do estado da Palestina e afirmou que recentemente no aeroporto uma agente da polícia olhou para o seu passaporte e disse: "Espero que o meu país reconheça a Palestina em breve".
"Este é o apoio do povo português de que precisamos. E tenho a certeza e espero que o Governo leve a sério este sentimento do povo em relação à Palestina", apelou.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Telavive lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento provocou mais de 37 mil mortos e mais de 85 mil feridos, de acordo com as autoridades do enclave palestiniano, controladas pelo Hamas desde 2007.
[Notícia atualizada às 13h59]
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