Esta posição foi assumida pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, em resposta ao deputado e presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, durante o debate quinzenal na Assembleia da República.
"Aquilo que vamos, portanto, fazer, é uma avaliação da capacidade de gestão de todo o edifício das administrações hospitalares e proceder a algumas substituições, que são naturais, para reforço precisamente de capacidades, já agora multidisciplinares", declarou Luís Montenegro, defendendo que "estas equipas precisam de várias disciplinas de conhecimento para poderem ser eficazes"
"E vamos fazê-lo com critério de mérito. Perguntar-me-á, já por antecipação: vai haver pessoas com ligação ao PSD? É natural. vai haver pessoas com ligação ao PS? É natural. E eu até acho que vai haver pessoas com ligação à Iniciativa Liberal, não seria a primeira nem a última vez em órgãos da administração", acrescentou.
Na sua intervenção, o presidente da IL considerou que na gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS) "não há uma alteração significativa face àquilo que havia antes, parece que há muito que fazer", falando em particular das urgências e do plano para o verão.
"Eu lembrava-lhe que o seu Governo foi eleito para mudar as coisas, não para dar continuidade àquilo que foi feito, mal, pelo Governo do PS", disse, dirigindo-se a Luís Montenegro.
A seguir, Rui Rocha alegou que há administradores hospitalares "que estão lá por cartão partidário e não por competência" e perguntou ao primeiro-ministro se subscreve a afirmação da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, de que há lideranças fracas na saúde.
"Subscreve estas declarações da senhora ministra? E, se as subscreve -- eu não me parece que elas estejam completamente erradas -- queria-lhe perguntar também qual é o plano: vão mexer nestas lideranças, vão ter um plano de substituição destas lideranças?", interrogou.
O presidente da IL perguntou também se o primeiro-ministro "se compromete a que seja desta vez por mérito e não por cartão partidário".
Segundo Luís Montenegro, "aquilo que a senhora ministra quis transmitir" foi a necessidade de "bons profissionais de forma transversal no SNS" e "em particular de ter lideranças fortes, habilitadas, capacidades".
No fim deste frente a frente, Rui Rocha aproveitou os últimos segundos que lhe restavam para deixar perguntas sobre eventuais apoios do Estado a órgãos de comunicação social, aos quais se opôs, e sobre a privatização da TAP, dossiê em relação ao qual observou que o Governo "parece ter retrocedido".
[Notícia atualizada às 17h55]
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