"Estamos no dia 02 julho, o relatório de progresso sobre os danos no hospital foi concluído a 31 de maio e ainda não foi divulgado, nem entregue ao parlamento. Bem sei que a senhora secretária da Saúde referiu que iria ser divulgado, mas o que é certo é que ainda não foi", disse o deputado António Lima, em declarações aos jornalistas.
O também líder do BE nos Açores, que falava após uma reunião com o Sindicato Independente dos Médicos em Ponta Delgada, considerou "incompreensível" que o relatório sobre os danos causados no HDES pelo incêndio de 04 de maio ainda não seja conhecido.
"O governo podia começar por mostrar o que está a fazer. Devia já ter mostrado e apresentado quais foram os danos no hospital, isso não custa nada, é à distância de um clique, é enviar o relatório ao parlamento e divulgá-lo. A esse nível, não está a fazer suficiente", criticou.
O deputado único do partido defendeu que a população "tem o direito de saber" o tipo de danos causados no maior hospital dos Açores e que só com "informação" é que se pode avaliar a atuação do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).
Na segunda-feira, a secretária da Saúde revelou que o primeiro relatório técnico indica que incêndio que deflagrou no início de maio no HDES teve origem nas baterias dos condensadores.
Segundo Mónica Seidi, a tutela decidiu não tornar público o documento, neste momento, uma vez que decorre um processo de inquérito e averiguações pela Polícia Judiciária e o conselho de administração do HDES "enviou um requerimento ao juiz de instrução criminal a solicitar a junção aos autos deste relatório".
António Lima também pediu explicações sobre o hospital modular que vai ser construído nos terrenos contíguos ao edifício do HDES, alertando que a solução deverá ficar "muito aquém da capacidade que existia" no hospital.
"É preciso que o governo nos diga e explique o que é que vai instalar nesse hospital modular e o que é impede a abertura dos serviços no hospital, como o bloco operatório por exemplo, ou a unidade de cuidados intensivos e a própria urgência", afirmou.
O bloquista lembrou ainda que o presidente do Governo Regional tinha anunciado que a ala nascente do internamento do HDES iria reabrir até ao final do mês de junho, mas tal ainda não aconteceu.
"Certamente há motivos para que isso ainda não tenha acontecido", mas têm de comunicar às pessoas, realçou.
O incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo, cujos prejuízos estão estimados em 24 milhões de euros, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.
Em 18 de junho, o Governo dos Açores anunciou a intenção de ter o hospital modular a funcionar no mês de agosto.
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