Nem mais "um cêntimo" também para a Saúde? "Esse parece ser o caminho"

Enfermeiros dos centros de saúde de Lisboa manifestam-se esta quinta-feira. Durante os protestos a líder bloquista falou, acusando os socias-democratas de quererem "entregar à força" o setor da Saúde ao negócio privado.

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Teresa Banha
04/07/2024 12:03 ‧ 04/07/2024 por Teresa Banha

Política

Bloco de Esquerda

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, marcou presença na greve dos enfermeiros dos centros de saúde de Lisboa, que decorre esta quinta-feira.

"O PSD [Partido Social Democrata] quer à força entregar a Saúde ao negócio privado, quando está à vista que quando há investimento no público, se o mesmo dinheiro for usado para pagar a profissionais no públicos, o resultado é muito melhor e mantemos um SNS em todo o país, igual para todos", defendeu, em declarações aos jornalistas.

No âmbito do estado das negociações no setor, que só começam no próximo dia 18, Mariana Mortágua foi confrontada com a 'frase polémica' da semana.

Em causa estão as declarações do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que esta semana disse que "não havia mais um cêntimo" para a proposta das forças de segurança. A bloquista foi questionada sobre se daqui a algum tempo a mesma frase poderia ser usada por Montenegro, mas no setor da saúde, e foi peremptória: "Esse parece ser o caminho. Aliás, este percurso de começar protocolos de negociação que depois não dão em nada porque o Governo não quer valorizar carreiras nem aumentar salários nem recuperar tempo perdido é o caminho que fez o anterior governo".

Mortágua sublinhou ainda que todos sabem o que se encontrou no fim desse caminho, nomeadamente, em "hospitais sem capacidade" ou profissionais que acabam por sair do país porque não têm condições para viver em Portugal.

Forças de segurança?

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O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo não vai colocar "nem mais um cêntimo" na proposta para as forças de segurança, dizendo que já fez "um esforço medonho" e não está disponível para "trazer de volta a instabilidade financeira".

Lusa | 13:35 - 02/07/2024

"Queremos manter um SNS [Serviço Nacional de Saúde] vivo. Dinheiro tem de ser usado para investir em quem trabalha no SNS. Se há dinheiro para pagar protocolos milionários a privados, por que razão não se usa esse dinheiro para pagar carreiras, salários e condições de trabalho?", questionou, defendendo que se o orçamento para a saúde fosse assim investido haveria profissionais que não pensariam em sair de Portugal.

[Notícia atualizada às 12h11]

Leia Também: Enfermeiros dos centros de saúde de Lisboa estão hoje em greve

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