"Após um processo que foi tratado institucionalmente e politicamente, o Chega decidiu juntar-se oficialmente ao grupo europeu dos Patriotas pela Europa", afirmou André Ventura, indicando que a decisão foi tomada pela Direção Nacional na terça-feira.
O Chega fazia parte do grupo político Identidade e Democracia (ID), mas apenas nas últimas eleições europeias de junho elegeu deputados ao Parlamento Europeu, dois, António Tânger Corrêa e Tiago Moreira de Sá.
O líder do Chega referiu que o grupo político Patriotas pela Europa, que está a ser promovido pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, "afastou radicalismos desnecessários e está focado em ser governo nos seus vários países", manifestando uma "ambição que nenhum outro à direita teve".
André Ventura justificou esta mudança pelo "programa de luta contra a corrupção, a imigração ilegal" e pela "proteção das forças de segurança".
"Esta é uma família política que respeita a soberania de cada uma das nações e partidos", acrescentou.
Sobre a guerra na Ucrânia, indicou que uma "linha vermelha" daquela família política é o apoio àquele país.
"O apoio à Ucrânia é decisivo, não estaríamos lá se não fosse assim", referiu o líder do Chega, destacando também a "ligação atlântica", nomeadamente a países como os Estados Unidos da América ou o Brasil.
André Ventura indicou também que o seu partido está representado "ao nível mais elevado" neste grupo, mas remeteu mais detalhes para a próxima semana.
O presidente do Chega salientou que também o partido espanhol Vox se tenha juntado aos Patriotas pela Europa, dizendo que se empenhou pessoalmente nessa mudança desta força política que antes integrava os Conservadores e Reformistas.
"Podemos vir a ter um grupo maior do que conservadores e liberais no Parlamento Europeu", afirmou, considerando que é uma "diferença absolutamente radical face ao panorama anterior".
André Ventura considerou igualmente que poderá ser "o principal grupo da oposição" a socialistas e populares.
O líder do Chega disse ainda esperar que os partidos da francesa Marine de Le Pen, União Nacional, e do italiano Matteo Salvini, Liga, se juntem a esta nova família política europeia.
No domingo, Ventura já tinha dito ver "com bons olhos" a integração do seu partido no novo grupo do Parlamento Europeu que está a ser formado por partidos nacionalistas.
Na altura, mostrou-se favorável a esta adesão para unir a direita europeia e anunciou que iria promover uma reunião da Direção Nacional do Chega na terça-feira, para que fosse convocado um Conselho Nacional alargado do partido para discutir a integração no Patriotas pela Europa.
Hoje, o líder do Chega indicou que a decisão foi tomada pela Direção Nacional e que o Conselho Nacional - órgão máximo entre convenções - "apenas ratifica a decisão".
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