"Desde o ataque, a probabilidade de Donald Trump ganhar é elevadíssima"
O embaixador Francisco Seixas da Costa considerou ao Notícias ao Minuto que a situação "já era favorável" a Donald Trump, mas que, com a tentativa de assassinato do candidato republicano, "aumenta fortemente a sua possibilidade de ser eleito".
© Diana Quintela/Global Imagens
Donald Trump foi alvo de uma tentativa de assassinato durante um comício em Butler, na Pensilvânia. As imagens correram o mundo e o acontecimento está (e continuará) a marcar o 'caminho' para as eleições presidenciais dos Estados Unidos - marcadas para novembro. Mas irá esta tentativa de assassinato beneficiar um dos lados e interferir nos resultados?
O embaixador Francisco Seixas da Costa revelou ao Notícias ao Minuto que não tem dúvidas de que, "desde que sucede a tentativa de assassinato, a probabilidade de Donald Trump ganhar estas eleições é elevadíssima". Embora reconheça que a situação "já era favorável" ao candidato republicano, o ataque a "Donald Trump aumenta fortemente a sua possibilidade de ser eleito".
O diplomata referiu também que considera que a probabilidade de Trump ser eleito é "mais elevada do que a possibilidade de Joe Biden ganhar as eleições".
Penso que agora Trump vai, digamos, vitimizar-se e vai cavalgar esta onda a seu favor
"Este novo fator [tentativa de assassinato] que introduz a óbvia e, aliás, verificada vitimização de Donald Trump e dá-lhe, digamos, um caráter mais humano, no sentido de ser alguém que é vulnerável e que acaba por ser vítima", afirmou Seixas da Costa ao Notícias ao Minuto.
O embaixador reiterou que a tentativa de assassinato "funciona a favor de Donald Trump" e que prova disso "é a dificuldade de que a campanha democrática" está a ter "no próprio discurso" e, sobretudo, na maneira de Joe Biden se "colocar perante estas novas circunstâncias".
Trump vai "vitimizar-se" e vai "cavalgar esta onda a seu favor"
Questionado pelo Notícias ao Minuto sobre a forma como Trump irá capitalizar a tentativa de assassinato a seu favor, Seixas da Costa acredita que os republicanos estão a tentar "criar uma culpabilidade por parte do lado democrático". "No fundo, o lado democrático aumentou a tensão política e este ataque foi uma consequência desta tensão política", advogou.
Neste momento quem, no fundo, cria uma divisão do país não é Donald Trump, mas sim aqueles que o atacaram. Isto muda tudo
"Penso que agora Trump vai, digamos, vitimizar-se e vai cavalgar esta onda a seu favor", considerou o diplomata, que acredita ainda que do lado democrático há "alguma dificuldade em encontrar uma resposta humana para contrariar" a vantagem republicana.
É "muito difícil" que os democratas continuem a acusar Trump
Seixas da Costa acredita ainda que, a partir da tentativa de assassinato, "é muito difícil aos democratas continuarem aquilo que era a sua linha" - que passava por "uma denúncia do caráter de Donald Trump".
O embaixador explicou que existia uma tentativa de culpabilizar o ex-presidente dos EUA pela divisão do país. No entanto, "ao confrontarem-se com a circunstância de Donald Trump ter levado um tiro é muito difícil de manter esse discurso".
"Neste momento quem, no fundo, cria uma divisão do país não é Donald Trump, mas sim aqueles que o atacaram. Isto muda tudo", declarou Francisco Seixas da Costa.
Reeleição de Joe Biden? Cartada "já perdida"
Para Seixas da Costa "a possibilidade de Biden ser substituído como candidato democrático morreu a partir do momento em que há o ataque a Donald Trump". Não havendo "um contexto que permita dentro do mundo democrático relançar a questão da legitimidade, ou não, de Joe Biden", o presidente dos EUA "vai continuar como candidato".
O diplomata salienta que Joe Biden é a "melhor cartada que os democratas ainda dentro destas eleições", apesar de ser a considerar uma cartada "já perdida".
Recorde-se que Donald Trump foi, no sábado, alvo de uma tentativa de assassinato durante um comício em Butler, na Pensilvânia. O ex-presidente dos EUA foi atingido numa orelha enquanto discursava, sendo depois retirado do palco.
Dois dias depois do ataque, o ex-presidente dos EUA voltou a aparecer em público, com uma ligadura na orelha, no primeiro dia da Convenção Nacional do Partido Republicano, onde foi oficializado como candidato do partido às eleições de novembro.
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