Na abertura do debate do estado da nação, Luís Montenegro apontou no seu diagnóstico "a confusão da oposição", dizendo já saber que "havia muita incoerência e havia muita inconsistência"
"Mas, ver o Partido Socialista exigir mais baixas de impostos, exigir um acordo com professores, com as forças de segurança, que nunca teve vontade de fazer, abolir portagens que se tinham recusado a reduzir o valor, assistir a tudo isto, exigindo a este Governo que fizesse em 60 dias o que não fizeram em 3.050 dias, tem sido um exercício de contorcionismo político digno de uma peça trágico-cómica", apontou.
Como outra face do que classificou de irresponsabilidade, Montenegro criticou o Chega por "apoiar tudo isto com convicção e orgulho" e apontou que o contributo que o antissistema trouxe para dentro do sistema "foi a birra, a imaturidade, o oportunismo".
"Se alguém ousasse ter dito antes das eleições que o Chega ia levar o Partido Socialista às cavalitas, para o Partido Socialista se agarrar às costas do Chega, para ambos governarem a partir do parlamento, qualquer pessoa diria que isso era uma loucura, mas hoje é, efetivamente, uma realidade destes 100 dias. São opções, são legítimas", disse.
Para o primeiro-ministro, o PS "não se importou de comer o fruto que dizia que era proibido" e "o Chega não se importou de comer o fruto que dizia apodrecido".
"Proibido e apodrecido foi o fruto apetecido do Partido Socialista e do Chega nos primeiros 100 dias desta legislatura", resumiu.
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