"Nós não temos dúvida nenhuma de que o país precisa de um orçamento, de que o país precisa de escolhas fundamentais feitas, mas esse orçamento tem que ser o reflexo da mudança que os portugueses escolheram a 10 de março", afirmou, no encerramento do debate sobre o estado da nação, que decorreu hoje na Assembleia da República.
André Ventura considerou que nas últimas legislativas, "os portugueses decidiram livrar-se do PS, mas decidiram fazê-lo porque queriam esse combate à corrupção, porque queriam subir salários, porque não queriam pensões de miséria, porque queriam setores profissionais parte desse crescimento e não fora desse crescimento".
"Foi também para termos um grupo de governantes, de gabinetes, de fundações e de observatórios mais pequeno do que o que temos, para gerir melhor o dinheiro do Estado e para não andar a enriquecer os mesmos, como andamos há 40 anos", defendeu.
Dirigindo-se ao primeiro-ministro, o líder do Chega deixou um apelo: "Não olhe para a bancada da direita, porque essa não cede nos seus valores, olhe para o que o Governo é capaz de decidir".
Na intervenção, André Ventura deixou também críticas ao PS e acusou os socialistas de "desfaçatez e falta de vergonha".
"A líder parlamentar do PS, que governou oito anos este país, deixando-o num irreconhecível caos, diz para o parlamento ouvir [que] este Governo confunde anúncios com execução. Se a piada não se fizesse sozinha e se não estivéssemos perante o Governo que mais prometeu e menos executou da nossa história, nós até o aceitaríamos", afirmou.
Apontando que o Governo prometeu "um choque fiscal e uma recuperação de rendimentos", Ventura considerou que "país não perdoará a um Governo que, depois de oito anos de asfixiar a classe média, asfixiar as empresas e dar-lhes mais burocracia e menos tratamento eficaz, faça exatamente o mesmo".
O presidente do Chega disse que o último Governo "foi afundando Portugal" e ficou marcado por "trapalhada atrás de trapalhada", e apontou que "um secretário-geral que é o rosto dessas trapalhadas vem ao parlamento exigir execução, exigir cumprimento e exigir ponderação".
No que toca à saúde, André Ventura disse não saber "qual foi o plano de emergência médica que já se implementou em Portugal", mas defendeu ser "legítimo dizer que o que quer que os senhores estejam a fazer na matéria da saúde está errado e que o que quer que estejam a fazer é a hora de voltar atrás e de fazer uma reforma para a saúde, não para os bolsos de alguns, mas para aqueles que sabem o que é precisar do Serviço Nacional de Saúde".
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