Em declarações à agência Lusa em reação à entrevista do ministro da Educação, Fernando Alexandre, ao jornal Público, a deputada socialista Isabel Ferreira afirmou que o concurso de professores "seguiu objetivo transparentes de análise do histórico de cada escola e de cada agrupamento de escolas, com base nos lugares que sucessivamente eram ocupados por quadros de zona pedagógica por baixas médicas ou previsão de aposentações".
Isabel Ferreira acrescentou ainda que o partido viu "com muito receio" as afirmações de Fernando Alexandre, esperando que estas "não sejam um indício" de saída de professores, como "entre 2011 e 2015".
"Esperemos que com isto também não haja esta intenção de diminuir vagas ou de diminuir também a atratividade desta carreira", sublinhou a socialista.
A deputada defendeu que o anterior executivo quis tornar a carreira docente "mais atrativa", fixando os professores em escolas próximas das suas residências e lembrou que foi o anterior Governo que colocou em marcha a operação de "desdobrar os quadros de zona pedagógica, que hoje são 63".
"Anteriormente, alguns deles tinham mais de 200 quilómetros, e hoje têm 50 quilómetros, o que significa que também os professores estão mais próximos das suas residências. Mas, sobretudo, o facto de terem um vínculo e de muitos deles estarem fixados numa escola em particular ou num agrupamento de escolas, configura a maior operação de estabilização da vida dos docentes", afirmou.
Em entrevista ao Público, o atual ministro da Educação Fernando Alexandre disse não encontrar justificação para a criação de mais seis mil vagas.
Já hoje, em declarações aos jornalistas, explicou que estava à espera de encontrar "uma análise cuidada" que justificasse a abertura das vagas.
"Quando estamos a falar na abertura de milhares de vagas, eu estava a espera de encontrar uma análise cuidada para saber onde serão alocados os professores", afirmou o ministro da Educação, Ciência e Inovação, no final de uma ronda negocial com sindicatos para debater o novo Estatuto da Carreira de Investigação Cientifica (ECIC).
"Vamos aguardar pela consolidação de toda a informação, mas preocupa-me decidir sem números e sem estar baseado em factos. Mas, como disse, pode ser que corra bem", afirmou Fernando Alexandre.
O ex-ministro da Educação, João Costa, explicou hoje que o apuramento de vagas para as escolas "não seguiu critérios tradicionais", tendo sido abertas vagas a pensar na eventual substituição de professores doentes ou daqueles que se irão aposentar.
Em declarações à Lusa e à SIC, o ex-ministro da Educação João Costa explicou por que motivo a sua equipa decidiu abrir mais seis mil vagas do que as pedidas pelas escolas e identificadas pela Administração Educativa, reagindo às declarações do atual ministro.
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