"Se Maduro não hesita em encerrar Venezuela, imagine-se o que não fará"
Rui Rocha considera que "não há maior cobardia do que manter o próprio povo refém".
© Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Política Venezuela/Eleições
Numa altura em que a Venezuela se prepara para ir às urnas no âmbito das eleições presidenciais, Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal (IL), alertou para a situação política vivida no país, criticando o atual chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro.
"Se Maduro não hesita em encerrar a Venezuela para impedir entrada de cidadãos, imagine-se o que não fará para se perpetuar no poder. Aliás, nem é preciso imaginar: já anunciou um banho de sangue se perder. Não há maior cobardia do que manter o próprio povo refém", escreveu o político português na rede X (antigo Twitter) este sábado.
Recorde-se que, ontem, a delegação do Partido Popular Europeu (PPE) de acompanhamento das eleições presidenciais venezuelanas, onde está integrado o eurodeputado português Sebastião Bugalho, ficou primeiro retida no aeroporto de Caracas e foi depois expulsa do país, devido a terem votado várias resoluções no Parlamento Europeu.
Mais de 21 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar nestas eleições presidenciais, cuja campanha eleitoral ficou marcada por um clima de grande tensão no país, em plena crise económica, social e política.
Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), vai concorrer pela terceira vez para mais um mandato de seis anos.
Maduro enfrenta nas urnas Edmundo Gonzalez Urrutia (do Mesa de Unidade Democrática/MUD), o candidato da oposição que a maioria das sondagens coloca na liderança, embora sejam desvalorizadas pelo partido do presidente, alegando que são fabricadas.
A organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Foro Penal denunciou ontem que 135 pessoas foram detidas no país, no âmbito da campanha da oposição para as eleições de domingo, 47 das quais continuam presas.
A oposição tem denunciado há semanas uma "perseguição política" do poder com várias detenções, bem como encerramentos administrativos e multas impostas a comerciantes, hotéis ou restaurantes que trabalham com a oposição.
O governo venezuelano acusa regularmente a oposição de fomentar conspirações contra o presidente Nicolás Maduro.
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