Venezuela? "Faz lembrar a situação que vivemos até 1974", diz Sousa Pinto

O comentador político Sérgio Sousa Pinto fez uma comparação entre a atual situação política na Venezuela e as eleições pré-25 de Abril de 1974 em Portugal.

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Notícias ao Minuto
31/07/2024 08:50 ‧ 31/07/2024 por Notícias ao Minuto

Política

Venezuela

O comentador político Sérgio Sousa Pinto fez, na noite de terça-feira, uma comparação entre as eleições de domingo na Venezuela e as eleições realizadas em Portugal previamente ao 25 de Abril de 1974, sob a alçada do Estado Novo.

 

"Estamos diante de uma fraude descarada, que, no nosso caso português, nos faz lembrar a situação que vivemos até 1974, em que também regularmente as pessoas eram chamadas às urnas - um universo eleitoral restrito - e ganhava sempre o regime", disse Sousa Pinto no programa Crossfire, da CNN Portugal.

Neste mesmo espaço, o deputado socialista argumentou que, "se as eleições [na Venezuela] tivessem sido limpas, os resultados eram perfeitamente transparentes e conhecidos" e "não existiam líderes da oposição presos" nem "pessoas refugiadas em embaixadas".

"É evidente que o regime perdeu", vaticinou, notando que o Brasil - aliado do regime de Maduro e de Chávez noutras ocasiões, "está a manter uma posição cautelosa", com "enorme significado".

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"O Brasil, sempre que foi governado por um presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), foi um país com uma grande tolerância, para não dizer proximidade, com aquilo que qualificava como processos emancipatórios da América Latina", acrescentou o comentador político, lamentando que a Venezuela "caminha em direção ao isolamento internacional".

O apoio tem vindo de países como a Rússia, a China e a Nicarágua. Por cá, o Partido Comunista Português (PCP) emitiu um comunicado saudando "a eleição de Nicolás Maduro como Presidente da República Bolivariana da Venezuela, bem como o conjunto das forças progressistas, democráticas e patriotas venezuelanas que alcançam mais uma importante vitória com esta eleição, derrotando o projeto reacionário, antidemocrático e de abdicação nacional".

Sérgio Sousa Pinto decidiu citar este comunicado para criticar a posição do PCP, "habitante satisfeito do planeta onde vive com estes amigos".

"São os representantes deste projeto reacionário antidemocrático e de abdicação nacional que terão tido cerca de 70% dos votos, que estão a ser espancados nas ruas, que estão refugiados nas embaixadas, muitos já foram presos. Pronto, esta é a mundividência do PCP", concluiu.

Leia Também: Dos detidos ao corte de relações. Clima de tensão perdura na Venezuela

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