O comentador político Miguel Morgado considerou, na noite de quarta-feira, que as declarações do antigo primeiro-ministro António Costa sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) deixam o atual líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, "em maus lençóis".
"Neste caso, [António Costa] deixa Pedro Nuno Santos em muito maus lençóis", considerou Morgado, na SIC Notícias, depois de o antigo primeiro-ministro ter dito ao canal de notícias Now que "a última coisa que o país precisa é de nova crise política".
Assim, Morgado apontou que "António Costa aderiu à doutrina de Marcelo Rebelo de Sousa, que já tinha avisado há meses que não convocaria eleições antecipadas se este Governo falhasse a aprovação do seu Orçamento".
Aos olhos do comentador, ligado ao Partido Social Democrata, António Costa, "uma grande autoridade junto dos militantes do PS e do eleitorado" descredibilizou o atual secretário-geral socialista.
"Para Pedro Nuno Santos é péssimo", vaticinou, antes de virar a moeda e mostrar a outra face do assunto: "Para o país, são intervenções que caem que nem ginjas no terreno do Governo. Isto, para Luís Montenegro, é ótimo".
Porquê? "Porque a ameaça que pode haver da oposição é dizer 'Então mandamos isto tudo abaixo e vai haver eleições', mas se se começa a formar uma opinião tão sólida das grandes figuras do regime de que, mesmo que não haja Orçamento, não haverá eleições, André Ventura e Pedro Nuno Santos ficam com tiros de pólvora seca", vincou.
Neste quadro político, Miguel Morgado opinou que as principais figuras da oposição "podem barafustar e fazer votações, declarações e muita fúria", mas "no final, na pior das hipóteses, temos um Orçamento em duodécimos para 2025 e o Governo durará até 2026", ou seja, "temos um Governo que, afinal de contas, em vez de durar seis meses como muita gente vaticinou, vai governar pelo menos dois anos e meio".
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