Em comunicado, o Livre lembra que recentemente vários "grupos organizados têm levado a cabo ataques de violência racista e xenófoba" no Reino Unido.
"O Livre repudia veementemente estes atos e expressa total solidariedade com as comunidades atacadas", lê-se no texto.
O partido alerta, contudo, "estes ataques não acontecem num vácuo", sendo convocados nas redes sociais por "agitadores de extrema-direita" e cuja adesão "assenta em anos de normalização de discurso divisivo e desumanizante por parte de políticos britânicos teoricamente pertencentes ao arco democrático".
A aceitação "deste discurso por parte da classe política, combinada com a propagação de informação falsa em redes sociais e o enviesamento negativo dos relatos por parte dos media, torna as ideias outrora marginais em conceitos reforçados diariamente", continuam no texto, argumentando que já está demonstrada a relação "entre a retórica inflamatória, nacionalista e xenófoba e a propensão para participar em crimes de motivação racista".
O Livre avisa que este fenómeno não se cinge ao Reino Unido e alerta para os riscos de não se denunciar ativamente o discurso xenófobo e de divisão, "que tenta transformar comunidades vulneráveis nos bodes expiatórios dos problemas sentidos pelas pessoas em Portugal".
O partido exorta ainda o Governo português a "condenar firmemente" os eventos no Reino Unido, "reconhecendo o impacto do discurso extremista na coesão social e na convivência harmoniosa entre todas as pessoas".
O Reino Unido tem sido abalado por uma série de motins violentos, segundo as autoridades, convocadas por grupos de extrema-direita, depois da morte de três crianças (uma delas portuguesa) assassinadas à facada por um jovem britânico filho de migrantes em Southport (noroeste de Inglaterra).
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