A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês Sousa Real, reagiu, esta quarta-feira, à morte de Bores, o lince-do-deserto que foi separado da família que o acolheu no início de julho.
"Os animais pagam sempre a fatura… O lugar de um animal selvagem, como o Bores, não é numa casa, não é num zoo, teria sido na natureza e no seu habitat natural, do qual foi privado desde que nasceu", começou por escrever numa publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter).
"Tendo em conta as circunstâncias da sua morte, o mínimo que se espera é que o Ministério Público [MP] promova urgentemente a apreensão do seu corpo e a realização da necropsia. Mesmo que estejamos perante um caso de negligência, custou a vida a este animal", continuou.
Os animais pagam sempre a fatura….
— Inês Sousa Real (@InesSousaReal) August 7, 2024
O lugar de um animal selvagem, como o Bores, não é numa casa, não é num zoo, teria sido na natureza e no seu habitat natural, do qual foi privado desde que nasceu.https://t.co/XEc3Qfg8IX
Na mesma publicação, Sousa Real considera ainda "fundamental" que sejam adotados procedimentos para estes casos" e que aqui sejam envolvidos diferentes especialistas e que "o bem-estar animal, do indivíduo, esteja sempre o mais possível salvaguardado".
"O direito a viver em liberdade chega de forma trágica ao Bores", rematou.
A reação surge no mesmo dia em que o animal morreu, depois de ter sido devolvido à família. Em primeiro lugar, o lince foi retirado no início de julho e a sua tutora identificada. Após a situação e a denúncia de que o animal estava "triste" e que sempre agiu "como um gato", já que foi acolhido em bebé e nunca viveu no seu habitat, a Associação Ajuda a Alimentar Cães avançou com uma petição.
Em causa estava o regresso de Bores à família, mas o animal terá levado um tranquilizante nesta altura e desde o seu regresso a casa nunca pareceu bem.
"Chegou sedado a casa e, durante mais de um dia, não acordou e foi levado para uma clínica veterinária de urgência. Desde esse dia foram várias as tentativas do regresso a casa mas o estado de saúde só [tinha] vindo a piorar. Desde que foi sedado perdeu a capacidade de andar e de comer. Hoje deixou de reagir a qualquer estímulo", escreveu a associação no Facebook, considerando ainda antes da morte do mesmo que a situação era "revoltante" e apontado que o animal "jamais deveria ter saído do local onde sempre viveu", escreveu a associação numa página do Facebook, ainda antes de ser conhecido que o animal tinha morrido.
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