Discurso de Montenegro "visa desviar atenção do quase descalabro do SNS"
Alexandra Leitão, do PS, afirmou que "é factual" que "há mais 40% de serviços de urgência encerrados do que em período semelhante do ano passado".
© Rita Chantre / Global Imagens
Política Partido Socialista
A líder parlamentar do Partido Socialista (PS), Alexandra Leitão, criticou, esta quarta-feira, o discurso do primeiro-ministro, Luís Montenegro, na Festa do Pontal, considerando que foram apresentadas apenas "medidas conjunturais" e que o Governo, além de não ter melhorado a situação no Serviço Nacional de Saúde (SNS), deixou-a pior.
"O discurso do primeiro-ministro é um discurso que visa apenas desviar a atenção de todos daquilo que tem sido uma situação de quase descalabro no Serviço Nacional de Saúde (SNS)", começou por afirmar em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, acrescentando que "os números desmentem" as palavras de Luís Montenegro.
Alexandra Leitão frisou que "é factual" que "há mais 40% de serviços de urgência encerrados do que em período semelhante do ano passado", quando o PS estava no governo.
"Há muito mais imprevisibilidade - designadamente para as grávidas - porque este Governo abandonou, sem avaliação e sem monitorização, a reforma que estava em curso e que fazia um planeamento trimestral das urgências", criticou.
A socialista lamentou que o Governo liderado por Luís Montenegro tenha decidido terminar com o planeamento que permitia aos utentes "saber a que urgências recorrer em cada momento" tendo-o substituído por uma "linha telefónica que nem sequer é dedicada".
"É uma falácia dizer que o Partido Socialista pede que eles [Governo] resolvam os problemas em quatro ou três meses. O problema não é não resolverem. É pioraram a situação", atirou, considerando que "é factual que o SNS está pior".
Alexandra Leitão afirmou que o "aumento de vagas em Medicina não resolve nada, nem no curto, nem no médio prazo", mas tem, contudo, "uma nota curiosa": "É claramente o reconhecimento por parte do Governo de uma coisa que o Partido Socialista e o seu secretário-geral disseram já várias vezes, de que não há capacidade nos privados para responder às situações todas".
"Não há uma capacidade instalada à espera de receber pessoas do SNS e a necessidade de abrir vagas em Medicina reconhece isso", frisou.
"Em que comboios é que este passe irá permitir andar?"
Sobre o passe ferroviário, Alexandra Leitão lembrou que o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, recusou recentemente "comprar os comboios que a CP pedia" e questionou: "Em que comboios é que este passe ferroviário irá permitir andar?"
Para a líder parlamentar dos socialistas, as medidas apresentadas por Luís Montenegro "são puramente conjunturais", uma vez que o Governo "em vez de investir em comboios" prefere "dar um passe ferroviário" e "em vez de investir no SNS" decide "criar uma linha telefónica".
"É preciso é valorizar as pensões de forma estrutural"
Alexandra Leitão teceu ainda comentários sobre o suplemento extraordinário para pensões mais baixas, afirmando que "o que é preciso verdadeiramente é valorizar as pensões dos reformados de forma estrutural".
"O que temos é uma falta de estratégia, uma falta de medidas estruturais. Um anúncio de medidas extraordinárias ou pontuais", atirou.
Sublinhe-se que o presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, discursou, esta quarta-feira, na 'rentrée política' do partido, onde anunciou três novas medidas de governação, entre as quais novas vagas no curso de Medicina, um subsídio extraordinário de pensões e um passe ferroviário de 20€.
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