Citado em nota de imprensa, Francisco César refere que o político e historiador, bem como advogado, "foi um cidadão e político que se afirmou, e afirmou a Região Autónoma dos Açores, pelo seu permanente empenho e pela sua grande capacidade de defesa dos interesses dos Açores, dos açorianos e da autonomia".
O social-democrata e antigo presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores morreu na sexta-feira aos 93 anos, na ilha Terceira, segundo fontes familiares e do PSD/Açores.
"É com muita tristeza que comunico que o meu pai morreu hoje [sexta-feira], rodeado da família", escreveu o filho Paulo Monjardino numa publicação na página pessoal da rede social Facebook.
Para o líder da oposição, os Açores "perdem um incansável lutador pelo desenvolvimento dos Açores, pelo empenho político, mas também cívico, o qual foi bem para além do exercício de cargos políticos, se manteve até hoje".
Álvaro Monjardino nasceu em 06 de outubro de 1930, na freguesia da Conceição, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
Licenciado em Direito, foi filiado no PSD e exerceu vários cargos políticos, como deputado à ALRAA na I e II legislaturas (pelo círculo eleitoral da Graciosa) e na III legislatura (pelo círculo eleitoral da Terceira), tendo sido eleito presidente do parlamento açoriano nas duas primeiras Legislaturas (1976/1978 e 1979/1984).
Foi ainda vogal da Junta Regional dos Açores, nomeadamente na área da Coordenação Económica e Finanças, e ocupou o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro no IV Governo Constitucional, chefiado por Carlos Mota Pinto (1978-1979).
Álvaro Monjardino foi também presidente da direção do Instituto Histórico da Ilha Terceira (1984-1999), e sócio correspondente da Academia Portuguesa de História e um dos "principais obreiros" do processo que levou à classificação do centro histórico da cidade de Angra do Heroísmo como Património da Humanidade na lista da UNESCO.
Em 03 de setembro de 2021, por ocasião das comemorações dos 45 anos da autonomia regional, foi homenageado pela Assembleia Lergislativa, na inauguração da biblioteca do parlamento açoriano, designada, desde essa data, por Biblioteca Álvaro Monjardino, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O velório de Álvaro Monjardino terá início hoje pelas 14h00 locais (15h00 em Lisboa) na igreja da Misericórdia de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e o funeral terá lugar no domingo, às 10h00 locais, informou a família.
Leia Também: Marcelo realça "gratidão pelo papel histórico" de Álvaro Monjardino