Madeira? "Procura dos responsáveis parece procura para a guilhotina"

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio que afeta a região, mas Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, já disse tratar-se de fogo posto.

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Notícias ao Minuto com Lusa
21/08/2024 07:56 ‧ 21/08/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Morais Sarmento

Nuno Morais Sarmento, antigo ministro de Estado e da Presidência, falou sobre o incêndio em curso na Madeira, criticando a forma como a procura por responsáveis se torna numa busca de "vítimas para a guilhotina" em vez de se tirarem "lições para o futuro". 

 

"Sobre a Madeira, já vimos tudo o que haveria para ver, já vimos todos os comentários que podíamos imaginar, falta ainda a a terceira parte, que é a procura dos responsáveis e que, infelizmente, normalmente, parece mais uma procura de vítimas para a guilhotina do que lições para o futuro", disse o ex-governante social-democrata, no comentário semanal + Positivo, da CNN Portugal.

Por outro lado, ainda sobre o incêndio que assola a região, Morais Sarmento fez questão de realçar alguns testemunhos que lhe têm chegado e que dão conta da solidariedade da população para com aqueles que combatem as chamas.

"Todos nós já vimos, em situações de incêndios, gestos de pessoas anónimas que, com água, com comida, se aproximam dos bombeiros e procuram, de alguma forma ajudar, mas aquilo que se passou na Madeira, não foi um gesto, não foi sequer uma série de gestos, aquilo que me testemunham e está a acontecer é uma população inteira que saiu à rua, são associações, são empresas, são grupos de vizinhos, são grupos de amigos, que juntam água, comida, tudo o que possa ser necessário para os bombeiros", sublinhou, referindo que "é uma lição, quase comovente, ver padres de balde não mão, agentes da PSP com ramos a procurar combater" as chamas.

"Todos a procurar ajudar", notou o antigo ministro. 

Recorde-se que o incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.

Três bombeiros já receberam assistência hospitalar por exaustão e sintomas relacionados com "mau estar e indisposição", não havendo mais feridos.

Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para 4.392 hectares de área ardida até às 12h00 de terça-feira.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, já disse tratar-se de fogo posto.

Leia Também: Miguel Albuquerque visita hoje zonas afetadas pelo incêndio na Madeira

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