Além da ministra, a IL quer ainda ouvir o secretário-geral da Secretaria-Geral da Administração Interna, Marcelo Carvalho José.
No requerimento, a que a Lusa teve acesso, os deputados da IL consideram necessário esclarecer as circunstâncias e o alcance deste furto, o impacto dos possíveis acessos ilegítimos e da fuga de dados e informação classificada, as medidas de mitigação adotadas e as medidas de segurança existentes e implementadas.
Os deputados liberais entendem que este assalto, a par de episódios passados, demonstram "uma aparente inexistência de cultura de segurança em instituições do Estado, nomeadamente naquelas que, pelas suas competências e atribuições, têm mais responsabilidade nessas matérias".
"Algo que coloca em causa, além da segurança do país e dos cidadãos, a credibilidade junto de parceiros internacionais, sobretudo num crescente contexto internacional de hostilidade", frisaram.
Esta tarde, à margem de uma visita à Feira Agrícola do Norte na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, o presidente da IL, Rui Rocha, afirmou que o assalto é "um exemplo de que algo não funciona".
"Isso faz-nos pensar que o Estado não está a funcionar em muitas áreas que são nucleares. Às vezes mete-se em muitas coisas que não lhe dizem tanto respeito e não assegura o seu funcionamento básico", atirou.
O Ministério da Administração Interna (MAI) confirmou na quinta-feira que o edifício da Secretaria-Geral foi assaltado na madrugada de quarta-feira e que os intrusos escalaram um prédio contíguo, que se encontra com andaimes montados.
Em comunicado enviado à agência Lusa a tutela disse que foram furtados "alguns computadores", embora tenha ressalvado que "alguns deles ainda não tinham tido uso, já que são de reserva/substituição".
Na mesma nota, é referido que a intrusão no edifício da Secretaria-Geral do MAI, na Rua de São Mamede, em Lisboa, ocorreu "na madrugada de dia 28 de agosto" (quarta-feira) e que tal "só terá sido possível através do escalamento de um prédio contíguo, que se encontra a ser intervencionado".
A notícia do assalto foi avançada pelo Observador, que deu conta de que foram levados vários computadores, dois dos quais de chefias da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, e que as câmaras de vigilância não estavam a funcionar.
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