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Mandado de prisão de Urrutia? "Quem apoia não pode declarar-se democrata"

Augusto Santos Silva afirma que várias entidades de controlo na Venezuela são dominadas pelo regime. Além disso, a não apresentação das atas de apuramento dos resultados eleitorais são um "sinal mais do que evidente" que as eleições "foram manipuladas".

Mandado de prisão de Urrutia? "Quem apoia não pode declarar-se democrata"
Notícias ao Minuto

09:09 - 04/09/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Santos Silva

O ex-presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, comentou a situação tensa que se vive na Venezuela após a polémica em torno das eleições presidenciais do país, que reelegeram Nicolás Maduro.

 

"O regime de Maduro impede os candidatos mais fortes de se apresentarem a eleições e, durante a campanha, ameaça com um 'banho de sangue' se ganhar a Oposição", começa por dizer Santos Silva, através de uma publicação na rede social Facebook, na qual afirma ainda que entidades como o "Conselho Nacional Eleitoral, a Procuradoria [e o] Supremo Tribunal são todos dominados pelo regime".

Santos Silva realça ainda a falta de apresentação das atas de apuramento dos resultados eleitorais, o que considera tratar-se de um "sinal mais do que evidente" que as eleições "foram manipuladas".

"Agora, a intimidação chegou ao ponto de emitir mandato de captura contra o candidato opositor (um veterano e prestigiado diplomata). Quem apoia isto não pode declarar-se democrata", finaliza Santos Silva.

De recordar que um tribunal venezuelano especializado em crimes relacionados com terrorismo emitiu um mandado de prisão para o líder da oposição Edmundo González Urrutia, candidato presidencial do maior bloco anti-Chávez nas eleições de 28 de julho.

O mandado foi emitido menos de uma hora depois de o Ministério Público o ter solicitado.

O Ministério Público publicou a ordem na rede social Instagram, especificando que, uma vez efetuada a detenção, González Urrutia "deve ser imediatamente colocado à disposição" do Ministério Público, que, por sua vez, "deve apresentá-lo perante [o tribunal] no prazo de 48 horas após a detenção".

A investigação está relacionada com a publicação de uma página na Internet em que a principal coligação da oposição - Plataforma Unitária Democrática (PUD) - afirma ter carregado "83,5% das atas eleitorais" recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto para reforçar a afirmação de que González Urrutia ganhou as eleições por uma ampla margem.

A PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Maduro como vencedor das eleições.

A vitória do atual presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.

Leia Também: Igreja venezuelana rejeita uso político do Natal decretado por Maduro

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