Paulo Raimundo, que falava aos jornalistas no final de uma visita à empresa Silopor, na Trafaria, disse ainda que "esta é a hora de concentrar todos os meios possíveis para dentro do tempo que for necessário minimizar ao máximo as horas dramáticas".
"As imagens que vemos trazem-nos à memória recordações de horas muito difíceis em 2017", disse Paulo Raimundo, adiantando que existem "demasiadas recorrências e demasiadas coincidências".
O secretário-geral do PCP escusando-se a tecer mais comentários sobre a situação, indicando que o fará a seu tempo, considerando que agora é o momento de todos os esforços serem concentrados para salvaguardar pessoas e bens.
"Neste momento é momento de solidariedade e de conforto. No momento certo, depois do fogo extinto voltarei a falar sobre esta matéria", disse.
Pelo menos sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem desde domingo a região norte e centro do país, como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, distrito de Aveiro, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.
As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.
Hoje, às 13:30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 127 ocorrências, envolvendo mais de 5.400 operacionais, apoiados por 1.700 meios terrestres e 25 meios aéreos.
A Proteção Civil estima que arderam pelo menos 10 mil hectares na Área Metropolitana do Porto e na região de Aveiro.
Desde domingo, as chamas chegaram aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo. Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos fogos dos últimos dias, coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que teve hoje a sua primeira reunião em Aveiro.
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