"Só haverá eleições se o Governo e o Presidente da República quiserem"

Pedro Nuno Santos garante que o PS está disponível para viabilizar um OE do PSD, mas realça que o PSD também terá de fazer "cedências".

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Notícias ao Minuto com Lusa
23/09/2024 11:27 ‧ 23/09/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política

Pedro Nuno Santos

O Secretário-geral do Partido Socialista garantiu, esta segunda-feira, que "só haverá eleições se o Governo e o Presidente da República quiserem", uma vez que os socialistas "estão disponíveis para viabilizar um Orçamento de Estado (OE) do PSD", desde que o Executivo de Luís Montenegro também faça "cedências".

 

"O PS tem disponibilidade e vontade de negociar. O comunicado do primeiro-ministro o que revela é uma grande falta de vontade de criar um bom ambiente negocial [...]. Nós estamos disponíveis para viabilizar um Orçamento do PSD, mas isso implica cedências por parte do Governo", disse Pedro Nuno Santos, sem esclarecer de que cedências fala.

À margem de visita às zonas afetadas pelos incêndios na semana passada, o líder socialista afirmou não querer "alimentar a polémica" que se gerou em torno das negociações do OE2025, "nem contribuir para a provocação infantil que o Governo acabou por fazer ontem [domingo]", lembrando que o Executivo "decidiu confirmar a reunião logo a seguir a ter enviado um comunicado em que se queixava da disponibilidade do PS".

Perante isso, o PS decidiu fazer um comunicado também para se "defender". "Apenas isso", atirou Pedro Nuno Santos.

Ministra "fragilizada", mas "responsabilidade" é de Montenegro

Já sobre os incêndios, o secretário-geral do PS, que está em Machinata da Seixa, em Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, mostrou-se "chocado" e "impressionado" com a área ardida "em tão poucos dias", lembrando vários "aspetos que não correram bem", como as estradas que não "encerraram atempadamente, colocando muitas pessoas em risco de vida", o facto de a "senhora ministra da Administração Interna não estar disponível", como chegaram a denunciar "autarcas do PSD" e um "primeiro-ministro centrado apenas num dos factores responsável pelos incêndios" e nas "penalizações".

Questionado se Margarida Blasco é hoje uma ministra "fragilizada", Pedro Nuno Santos respondeu que "não precisa de ser o líder do PS a dizê-lo".

"Ouvimos autarcas do PSD, comentadores muito próximos do PSD a fazer a crítica à ministra. Mas a verdade é que as críticas aos ministros têm um limite a partir do qual é de quem fez a escolha e de quem mantém. Essa responsabilidade é, obviamente, do primeiro-ministro", vincou.

Recorde-se que apesar do braço-de-ferro (e do 'diz que disse'), Governo e PS vão sentar-se à mesa para discutir o OE2025 no dia 27 de setembro, a partir das 15 horas.

Leia Também: OE2025? Comunicado de Montenegro é "assassino", mas "compreensível"

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