Incêndios. PS critica falta de meios e coordenação no distrito do Porto

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos criticou hoje, em Baião, a falta de meios e coordenação no combate aos incêndios que lavraram, na semana passada, no distrito do Porto.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
23/09/2024 18:57 ‧ 23/09/2024 por Lusa

Política

PS

"Hoje, nós sabemos que houve várias coisas que não correram bem, nomeadamente aqui no distrito do Porto. Baião e Gondomar foram concelhos onde houve claramente falta de meios", afirmou, em declarações aos jornalistas.

 

O líder socialista falava no final de uma visita que realizou a vários pontos afetados pelos incêndios no concelho de Baião, no interior do distrito do Porto, acompanhado pelo presidente da câmara, Paulo Pereira, e outros autarcas das região.

"Houve problemas de coordenação", insistiu, dando como exemplo o facto de ter havido autarcas do PSD a criticar a ausência e falta de intervenção por parte da ministra da administração interna, "que é a responsável política".

"Durante aqueles dias não houve ministra da Administração Interna", criticou, prosseguindo: "Ela não faz o combate, mas há aqui um dever de comunicação, não só com os autarcas, mas também com o país".

Pedro Nuno Santos considerou depois que, a propósito do incêndios, o Governo não se pode "sempre estar a pôr de fora daquilo que é a sua responsabilidade".

Ao longo da visita realizada de autocarro, o líder socialista foi ouvindo, em diferentes pontos, as explicações do que aconteceu nos dois grandes incêndios que, entre terça e quinta-feira destruíram cerca de 6.000 hectares de floresta naquele concelho.

"São vários autarcas que se queixam da falta de coordenação política desse combate aos incêndios", reforçou.

Para o líder do PS, o problema dos incêndios em Portugal "é muito mais do que o fogo posto".

"O problema é mesmo conseguir que os incêndios parem", referiu, apontando para a necessidade de se trabalhar na prevenção e no combate.

"E, sobre isso, nós, do primeiro-ministro, não tivemos uma única palavra, nenhuma manifestação de preocupação relativamente a dois elementos essenciais: a prevenção e o combate", criticou ainda.

Para Baião deixou uma palavra de solidariedade, recordando que o concelho viveu "uma situação dantesca".

"Estamos a falar de mais de metade da superfície [florestal] do concelho ardida. Foi uma situação de grande desespero, de profundo sofrimento, por isso manifestamos a nossa solidariedade à população e aos autarcas", referiu.

No final da visita, o secretário-geral do PS reuniu-se, no auditório do convento de Ancede, também em Baião, com os autarcas de Baião, Paredes, Marco de Canaveses, Vila Nova da Gaia, Gondomar e Santo Tirso para fazer o balanço dos incêndios que afetaram o território.

Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios que atingiram na passada semana sobretudo as regiões Norte e Centro de Portugal.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.

Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus. 

Leia Também: Fogos? "Se há pessoa que falou em prevenção nos últimos 2 anos, fui eu"

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